
O vinho está cada vez mais presente nos quatro cantos do mundo e não estamos falando apenas dos tradicionais vinhedos europeus. Em diversos países que até pouco tempo nem apareciam no mapa da vitivinicultura global, surgem terroirs cheios de personalidade, inovação e qualidade. Vinhos premiados, vinhedos ousados e uma nova geração de consumidores transformam essas regiões em protagonistas de uma nova era.
A seguir, conheça cinco destinos que mostram como o mundo do vinho está mudando — e por que vale a pena ficar de olho neles.
México – Valle de Guadalupe

No norte da Baja California, o Valle de Guadalupe concentra cerca de 75% da produção vinícola mexicana. Com clima quente e seco, ideal para uvas tintas, a região surpreende com rótulos intensos de Nebbiolo, Cabernet Sauvignon e blends bem estruturados. O enoturismo também está em alta: a gastronomia local vive um momento vibrante, com vinícolas boutique e restaurantes premiados.
Curiosamente, o México é o berço do vinho nas Américas: as primeiras vinhas foram plantadas ali em 1524, bem antes de países como Argentina ou Chile entrarem no cenário.
China – Ningxia

A China já é um dos maiores consumidores de vinho do mundo — e agora também começa a se destacar como produtora. A região de Ningxia, próxima ao Deserto de Gobi, tem investido pesado em tecnologia, pesquisa e estrutura. A Cabernet Sauvignon lidera os vinhedos, mas variedades como Merlot e Marselan ganham espaço. Os vinhos chineses já conquistaram importantes prêmios internacionais, como medalhas de ouro no Decanter World Wine Awards.
Uma curiosidade: muitos vinhedos locais imitam a arquitetura de châteaux franceses — um símbolo do luxo e da sofisticação que o país busca imprimir na produção vinícola.
Índia – Nashik Valley

O crescimento do mercado de vinhos na Índia é um dos mais rápidos do mundo. A região de Nashik, ao norte de Mumbai, tem clima tropical, mas com noites frescas, que favorecem uvas aromáticas. Sauvignon Blanc e Chenin Blanc se destacam entre os brancos, com perfis leves e frutados, ideais para iniciantes.
Apesar da tradição cultural que valoriza a abstinência de álcool, o público jovem indiano tem se mostrado cada vez mais aberto ao consumo de vinhos premium — um movimento que pode transformar o país em potência no setor nos próximos anos.
Inglaterra – South East England

Sim, a Inglaterra agora também é sinônimo de bons espumantes. A região sudeste, especialmente os condados de Kent e Sussex, vem ganhando reconhecimento internacional por seus espumantes elegantes, muitos deles elaborados com o mesmo método tradicional usado em Champagne.
O solo calcário, semelhante ao da famosa região francesa, contribui para o estilo refinado e as borbulhas delicadas. E o clima, antes um desafio, está cada vez mais favorável à viticultura devido ao aquecimento global. Em 2022, os ingleses exportaram espumantes para a França — um feito simbólico que diz muito sobre o avanço da região.
Canadá – Okanagan Valley

Localizado na Colúmbia Britânica, o Okanagan Valley combina verões ensolarados com invernos rigorosos, criando as condições perfeitas para uvas como Pinot Noir e Riesling. A região também é reconhecida mundialmente pelos seus icewines, vinhos de sobremesa produzidos com uvas congeladas naturalmente.
Esses vinhos doces e concentrados têm altíssimo potencial de guarda, e representam um dos maiores trunfos do país no cenário internacional.
Por que essas regiões merecem sua atenção?
Além de oferecerem perfis de sabor distintos e experiências únicas, essas regiões emergentes ainda mantêm preços mais acessíveis que os grandes nomes tradicionais. Mais do que uma tendência, elas refletem uma mudança importante no cenário global: a democratização do vinho e a expansão de fronteiras de qualidade.
Explorar novos terroirs é também uma forma de viajar pelo mundo sem sair da taça. Afinal, a diversidade de sabores, climas e histórias é o que torna o vinho tão fascinante.
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