As mudanças climáticas estão afetando significativamente a produção de charutos em Cuba, especialmente na região de Pinar del Río, conhecida por produzir alguns dos melhores tabacos do mundo. A irregularidade das chuvas, o aumento das temperaturas e a salinização do solo têm prejudicado o cultivo tradicional do tabaco. A salinidade do solo aumenta devido à redução das chuvas, que deixam de “lavar” o solo, e à elevação do nível do mar, que favorece a entrada de água salgada no solo e nos lençóis freáticos.
Além dos desafios climáticos, os produtores enfrentam dificuldades econômicas, como o alto custo do combustível necessário para irrigação e a escassez de recursos para manutenção das plantações. A diminuição do turismo, uma fonte adicional de renda para muitos agricultores que vendem charutos artesanais aos visitantes, também impacta negativamente a produção.
Em resposta a esses desafios, o governo cubano está implementando medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, incluindo o melhoramento genético do tabaco para obter variedades mais resistentes ao estresse hídrico e o uso de adubos verdes e produtos biológicos na gestão sustentável do solo.
Apesar das adversidades, a estatal Habanos, responsável por marcas renomadas como Cohiba e Montecristo, registrou um lucro recorde de US$ 827 milhões no último ano, demonstrando a resiliência e a importância contínua da indústria de charutos cubanos no cenário global.
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