Reconhecida como a Capital Brasileira do Espumante, a cidade de Garibaldi deu um passo significativo para consolidar ainda mais sua vocação vitivinícola. No último domingo, 29 de junho, foi fundada a Associação de Produtores de Espumantes de Garibaldi (APEG), em assembleia realizada na Vinícola Peterlongo – local histórico onde foi produzido o primeiro espumante do Brasil, em 1913.
A data escolhida para a fundação da entidade não foi por acaso: 29 de junho é o Dia de São Pedro, padroeiro da cidade. A simbologia religiosa reforça o elo entre fé, tradição e trabalho que marcam a trajetória de Garibaldi no setor vitivinícola.
A APEG surge com o objetivo de fortalecer a identidade do espumante produzido no município, promover o enoturismo e buscar o reconhecimento por Indicação Geográfica (IG) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Sem fins lucrativos, a associação também pretende fomentar pesquisas, qualificar o espumante como patrimônio cultural da cidade e representar os interesses do setor.
Segundo o presidente Ricardo Morari, a criação da associação é um movimento estratégico para organizar os produtores em torno de um objetivo comum. “Somos produtores que compartilham da mesma história, território e desafios. A associação surge para promover a excelência do nosso produto e buscar, com legitimidade, a certificação do espumante de Garibaldi”, afirma.
A ideia da entidade começou a ser discutida em dezembro de 2023 e ganhou força após a última safra, mesmo com os desafios enfrentados pela região devido às fortes chuvas no primeiro semestre de 2024.
Produção e reconhecimento
Os números reforçam a relevância do espumante local. Das 6.710 premiações recebidas por rótulos brasileiros em concursos internacionais, 1.162 foram concedidas a espumantes produzidos em Garibaldi. Já no Concurso do Espumante Brasileiro, promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), a cidade conquistou 386 das 2.359 medalhas já distribuídas. Atualmente, as mais de 40 vinícolas instaladas no município produzem cerca de 12 milhões de garrafas por ano.
A diretoria da APEG é composta por:
Presidente: Ricardo Morari
Vice-presidente: Guilherme Pedrucci
1ª Secretária: Talita Nicolini Verzeletti
2º Secretário: Márcio Dallé
1º Tesoureiro: Adalberto Bortolini
2º Tesoureiro: Jones Valduga
O Conselho Fiscal reúne Ricardo Ambrosi, William Sartori Vaccaro e Marcos Carlesso. A sede da APEG funcionará junto à Apeme Collab, hub de inovação localizado no centro da cidade.
Vinícolas fundadoras
Dez vinícolas integram o grupo fundador:
Casa Pedrucci
Chandon
Cooperativa Vinícola Garibaldi
Courmayeur
Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo
Foppa & Ambrosi
Ponto Nero
Vinícola Carlesso
Vinícola São Luiz
Vinícola Vaccaro
Um legado de mais de um século
A produção de espumantes em Garibaldi remonta ao início do século XX, com a chegada dos imigrantes italianos que trouxeram a tradição vitivinícola. O primeiro espumante brasileiro foi elaborado ali, em 1913, pela Peterlongo, utilizando o método tradicional.
Nas décadas seguintes, a cidade atraiu investimentos de empresas internacionais como Georges Aubert, Martini & Rossi, Maison Chandon e Maison Forestier, que contribuíram com tecnologia, inovação e visibilidade para o espumante brasileiro.
Essa herança culminou, em 1981, na criação da Fenachamp – Festa Nacional do Espumante Brasileiro, a partir do antigo Festival Colonial Italiano, realizado pela primeira vez em 1979.
Sobre Garibaldi
A cidade foi fundada em 1870 com o nome de Colônia Conde D’Eu, em homenagem ao marido da Princesa Isabel. Recebeu os primeiros imigrantes italianos em 1874 e foi emancipada em 1900, passando a se chamar Garibaldi. Desde então, consolidou-se como referência nacional na produção de espumantes, com uma tradição que hoje ganha novo impulso com a criação da APEG.
Fonte: Conceitocom
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