
Uma descoberta arqueológica recente mudou o que sabíamos sobre a história do vinho. Em 2023, arqueólogos espanhóis revelaram que o vinho mais antigo do mundo foi encontrado em Carmona, na província de Sevilha, na Andaluzia. O líquido, datado de 2.000 anos atrás, foi encontrado dentro de uma urna funerária romana lacrada, durante uma reforma residencial. O que surpreendeu os cientistas foi o estado de conservação do vinho: embora sem álcool, ele manteve seus elementos fenólicos, que permitiram identificar sua origem vínica e até mesmo o tipo de uva.

A análise química confirmou que se tratava de vinho branco, provavelmente elaborado a partir de castas locais cultivadas na Bética, uma das principais regiões produtoras de vinho durante o Império Romano. Este achado coloca a Espanha no centro das atenções do mundo do vinho e da arqueologia, superando o antigo recordista: um vinho tinto encontrado em Speyer, na Alemanha, dentro de uma tumba romana, datado do século IV (cerca de 1.650 anos atrás). O chamado Speyer Wine Bottle (ou Römerwein) era até então considerado o vinho líquido mais antigo conservado.
A descoberta em Carmona é significativa não apenas pela idade, mas também pelo contexto: reforça o papel da Península Ibérica como uma importante região vitivinícola na Antiguidade. E mais – alimenta ainda mais o fascínio humano pelo vinho como bebida simbólica, cultural e espiritual ao longo da história.

O vinho de Carmona pode não ser degustável, mas serve como um poderoso lembrete de que a tradição do vinho na Espanha é muito mais antiga do que se pensava – e continua viva até hoje.
Comentários