Para os amantes de uma boa refeição, uma taça de vinho pode calhar muito bem. Seja em um jantar especial ou para celebrar uma ocasião importante, os apreciadores da bebida sempre acham uma oportunidade para abrir uma boa garrafa de vinho. E, para a alegria dessas pessoas, não param de surgir novas pesquisas que atestam os benefícios do vinho para a saúde. Elas sugerem que a bebida pode promover uma vida útil mais longa, proteger contra certos tipos de câncer, melhorar a saúde mental e ainda fornecer mais resistência para o coração.
Séculos atrás, o vinho era usado para tratar doenças e os monges acreditavam que viviam mais do que o resto da população simplesmente por seu regular e moderado consumo da iguaria. Durante a Idade Média, monges católicos frequentemente usavam vinho para uma ampla gama de tratamentos médicos. Durante a epidemia de cólera de 1892, em Hamburgo, na Alemanha, o vinho foi utilizado para esterilizar a água.
No início do século XX, médicos começaram a reconhecer o alcoolismo como uma doença, aconselhando a redução do consumo do vinho. No entanto, pesquisadores modernos intensificaram seus estudos para provar os benefícios do vinho para a saúde. Com certeza, o vinho é ótimo, mas claro, se bebido de forma moderada.
O resveratrol, molécula encontrada principalmente na casca da uva, tem características de diminuir a pressão arterial, aumentar os níveis de colesterol bom, rejuvenescer as artérias, e manter as quantidades adequadas de açúcar no sangue. As maiores concentrações desse componente se encontram nas películas das cascas dos frutos tintos, principalmente nos vinhos produzidos a partir das uvas Tannat, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, além de várias outras uvas.
Pesquisas mostram que o vinho tinto contém cerca de 10 vezes mais polifenóis que o vinho branco. Os polifenóis são as substâncias presentes no vinho que trazem benefícios à nossa saúde. Acredita-se que o vinho tinto seja mais rico nestas substâncias porque durante seu processo de produção, a uva é macerada por semanas junto com a pele, ao contrário do vinho branco. É na pele das uvas que estão as maiores concentrações de polifenóis. Porém, um estudo publicado pelo Journal of Agricultural & Food Chemistry, concluiu que o vinho branco pode fornecer as mesmas qualidades cardioprotetoras que o vinho tinto. É preciso também praticar exercícios físicos com regularidade, eles funcionam como um estímulo para que o corpo consiga funcionar corretamente e absorver, de fato, todas as qualidades do vinho.
Também é preciso saber quais as quantidades ideais diárias indicadas para que o consumo de vinho realmente seja positivo. Isso porque doses além da conta podem desencadear o efeito contrário ao esperado, prejudicando células do cérebro e fígado, além de causar transtornos de comportamento e prejudicar o processo de hidratação do corpo. As quantidades clinicamente saudáveis indicadas para colher os benefícios do vinho são de uma taça (aproximadamente 200 ml) para as mulheres e duas taças (entre 300 a 400 ml) para os homens. É preciso notar que a metabolização do álcool contido na bebida depende de fatores como: peso corporal, gênero (mulheres tendem a ser mais vulneráveis), quantidade de enzimas no organismo para a metabolização da substância, o uso de medicamentos.
Benefícios do Vinho para saúde
Previne doenças cardiovasculares
O consumo moderado de vinho tinto pode reduzir o risco de doenças cardíacas em aproximadamente 20%. Esta conclusão veio a partir de dados combinados de 51 estudos epidemiológicos que mostraram que tanto adultos aparentemente saudáveis quanto pacientes com histórico de ataque cardíaco e ainda pacientes com diabetes pareceram se beneficiar com o consumo da bebida. Também reduz a produção do colesterol mau e estimula a produção do colesterol bom, ajudando a diminuir as ocorrências de doenças coronárias.
Reduz os riscos de AVC, diabetes e diversos tipos de câncer
Os antioxidantes presentes na uva são excelentes para o combate de radicais livres, moléculas com alto potencial de mutação e que podem gerar tumores e vários tipos de câncer. Pesquisas recentes também mostraram que pessoas que tomam regularmente vinho tinto ou suco de uva tiveram mais facilidade em manter regular o teor do açúcar no sangue, tais resultados sugerem que são os componentes não alcoólicos do vinho tinto, principalmente os polifenóis, que têm um efeito benéfico sobre o açúcar no sangue e a função da insulina.
Os polifenóis presentes no vinho ajudam a evitar a coagulação do sangue, e eles também atuam como um diluente natural, quebrando coágulos sanguíneos que possam levar a um acidente vascular cerebral. O vinho permite neutralizar os sintomas e até impedir o aparecimento da arteriosclerose, doença causada pela degeneração das artérias.
Impulsiona o sistema imunológico e outros elementos do corpo
O consumo de vinho pode funcionar como um impulso ao seu sistema imunológico, evitando infecções e mantendo-o sob controle. Isso é um fator particularmente importante quando falamos sobre pessoas que vivem em situação de estresse constante e em ambientes poluídos, por exemplo. O vinho também está ligado a uma melhora gradual na digestão. Além de regular o trânsito intestinal, diminuindo ocorrências, como a constipação, os compostos presentes na uva facilitam a absorção de nutrientes e de água, deixando o caminho “limpo” para que o organismo possa executar as suas funções com excelência. O vinho também é um ótimo aliado no combate a hipertensão arterial, atuando no fluxo da circulação sanguínea, no equilíbrio hídrico do corpo e em muitos outros fatores que culminam na regulação da pressão.
Pode reduzir sintomas de vários males como depressão e Alzheimer
Em um dos estudos dedicados a investigar os benefícios do vinho tinto para a saúde, pesquisadores espanhois relataram uma taxa de 32% menos casos de depressão entre os consumidores de vinho. O estudo foi publicado no site BMC Medicine, um jornal eletrônico de medicina. Nele foram analisados mais de cinco mil homens e mulheres e os resultados mostraram que aqueles que consumiam quantidades moderadas de álcool. Outras doenças que respondem favoravelmente ao consumo de vinho tinto estão inflamações de baixo grau, doenças cardíacas e outras doenças crônicas.
O consumo moderado de vinho tinto também previne significativamente a deterioração da memória e o desenvolvimento de alterações no cérebro como o Alzheimer, foi o que apontou alguns estudos específicos feitos em animais. As constatações de um estudo epidemiológico americano feito em mulheres chamado Nurses’ Health Study, constatou que as mulheres que consomem quantidades moderadas de álcool, incluindo o vinho tinto, apresentam melhor função cognitiva. Foi relatado no The Journal of Disease Neuropsychiatric and Treatment que bebedores moderados de vinho tinto tiveram um risco 23% menor de desenvolver demência em comparação a pessoas que raramente ou nunca consumiram a bebida alcoólica.
Leia: Rancho Canabrava abre as portas para degustação de vinhos ao ar livre