“2016 tem sido um ano notável no Brasil por razões esportivas, políticas e ambientais óbvias. Mas também será considerado um período histórico para os vinicultores nacionais”. Esse é o prefácio de uma longa e elogiosa reportagem da edição deste mês da Decanter Magazine. A publicação britânica, uma das mais prestigiadas do segmento vinícola mundial, discorre por quatro páginas sobre a produção brasileira de vinhos, não economizando em adjetivos positivos.
O ponto de partida da matéria é o desempenho dos rótulos verde-amarelos no Decanter World WineAward (DWWA) deste ano, no qual as vinícolas brasileiras arremataram três ouros, de um total de 25 condecorações. “Estou surpreso e embevecido pelo crescimento e magnitude do sucesso brasileiro no DWWA deste ano”, declara Paul Medder, o autor da reportagem. “Enquanto esse vasto e populoso país ainda procura por seus melhores terroirs e um estilo de vinho brasileiro particular, o progresso e o reconhecimento estão vindo consistentes e rapidamente”, complementa.
Medder atuou por dois anos no Brasil como sommelier do restaurante Aprazível, no Rio de Janeiro, onde recebeu várias premiações pela carta de vinhos. “Um dos poucos restaurantes a apostar nos vinhos locais, em um país onde a maioria dos estabelecimentos ainda privilegia os importados”, observa ele.
Em 2013, quando retornava ao Reino Unido, a convite do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Medder participou de uma presstrip para conhecer in loco a produção vinícola brasileira. Em fevereiro, um novo grupo de três jornalistas da Decanter – entre eles o Master ofWine Peter Richards, responsável dentro da publicação pelos mercados do Chile e Brasil – esteve na Serra Gaúcha em uma ação feita em parceria pela instituição inglesa WSET (Wine&SpiritEducationTrust), representada pela escola Enocultura e o Ibravin.
“O destaque dado pela Decanter é muito importante para posicionar o Brasil no mercado internacional como um país produtor de vinhos e espumantes de alta qualidade. Isso ajudará no nosso trabalho de promoção no Exterior realizado por meio de ações do Winesof Brasil”, conclui o gerente de promoção do Ibravin, Diego Bertolini, referindo-se ao projeto realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no qual 30 vinícolas fazem parte.
Alguns destaques da matéria:
– A matéria aborda o pioneirismo, a tradição e história da Serra Gaúcha e cita também a região da Serra do Sudeste e Campanha, no Rio Grande do Sul, como novos polos de produção, mais adequados à escala comercial;
– A região dos Campos de Cima da Serra é descrita como propícia a vinhos de maior gama qualitativa;
– Também são citados exemplos do Planalto Catarinense e de São Paulo;
– Entre as vocações brasileiras também são citadas o Moscato e os Moscatéis e os Merlots – com frescor, terroso e elegante;
– Destaque para os espumantes e tintos de médio corpo – mais leves e mais próximos ao estilo europeu do que os demais vinhos de procedência da América do Sul.
Fonte: Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).