A exemplo do Vale do São Francisco, a região da Chapada Diamantina (BA), mais precisamente, em Morro do Chapéu, está prestes a entrar na rota do enoturismo – segmento da atividade turística que se baseia na viagem motivada pela apreciação dos vinhos e da tradição e cultura dos locais onde a bebida é produzida. No município, já foram colhidas três safras de uvas (2012, 2013 e 2014) e produzidos os primeiros vinhos, com resultados técnico-enológico, satisfatórios no que se refere à qualidade obtida da bebida.
Implantada em 2009, com apoio da Embrapa, governo do Estado e prefeitura do município, a iniciativa conta com a cooperação técnica de Christian Jojot,Presidente da União das Cooperativas de Champagne, na França, para alcançar o topo na escala da qualidade.
Segundo a perspectiva do Projeto de “Avaliação Técnica e Econômica de Videiras Viníferas e de Culturas de Clima Temperado em Morro do Chapéu”, que já caminha a passos largos na Chapada Diamantina, em 2022 já será possível consumir vinhos de alta qualidade produzidos com uvas colhidas no local, situado a pouco mais de 400 Km de Salvador.
Para se comunicar com os baianos, Jojot contou com a ajuda de Giuliano Pereira, pesquisador da Embrapa de Petrolina, que explicou porque a instituição está otimista. “É uma região de clima tropical e de boa altitude, quase 1.100 metros. O clima é interessante, não sendo tão quente quanto Petrolina, nem frio como em Bordeaux. E tem boa amplitude térmica ao longo do ano – Faz frio à noite, calor durante o dia”. Os vinhos de Morro do Chapéu, segundo ele, são diferentes dos de Petrolina, Bento Gonçalves ou Califórnia. Ou seja, estão apresentando uma identidade regional, ou seja, um terroir específico. ” E é justamente isso que se busca no mundo dos vinhos“, diz o intérprete do Presidente da União das Cooperativas de Champagne.