Quem diria, hein? A Croácia chegou ao final da Copa do Mundo 2018!!!! E vou confessar que é pra ela que vou torcer no próximo jogo :). Bem, e aproveitando a oportunidade, eu reescrevi um post que publique aqui no Blog Vinho Tinto por ocasião da Copa de 2014. Confira:
Ao buscar informações sobre a Croácia descobri que, além de o país ser o destino turístico mais cobiçado pelos europeus no momento (por ter belas praias e paisagens), o local é também uma região que possui tradição vitivinícola de mais de 2500 anos. Infelizmente, não encontrei muitas opções no Brasil de vinho Croata. Os exemplares que encontrei foram a branca Posip e a tinta Plavac Mali, ambas na Enoteca Decanter. Ambas são uvas autóctones (típicas da região) e os dois vinhos foram feitos pela moderna vinícola Korta Katarina, considerada uma das melhores da Croácia e também do leste europeu.
Degustação de vinhos da Croácia
Posip Korta Katarina 2008 – Quando apreciei este vinho pela primeira vez, ele já tinha seis anos e ainda estava bom. Creio tê-lo apreciado no momento ideal, no qual a acidez ainda dava suporte para mantê-lo vivo e equilibrado (se demorasse um pouco mais, o vinho ia entrar em declínio). Esse vinho dourado com mesclas esverdeadas já impressionava na taça. De estilo voluptuoso e bem encorpado apresentou uma riqueza de sabores. No nariz, mostrou aromas de pêssego e flores brancas. Na boca, as características olfativas se repetiram com mais intensidade e foram aliadas a uma certa untuosidade (creio que ocasionada pela fermentação em barricas de madeira) e uma evidente mineralidade. Apresentou também boa persistência. Conselho: ao comprá-lo, aprecie-o logo. Se quiser harmonizar o vinho, sugiro peixes mais carnudos para acompanhar.
Plavac Mali 2007 (R$398,00) : fugindo do tradicional – Boa parte da Croácia produz vinho branco, mas a região da costa dálmata tornou-se um bem-sucedido local para a nativa tinta Plavac Mali(variedade ligada à uva Zinfandel, também conhecida na Itália por Primitivo). Eu realmente me encantei ao degustar esse vinho em 2014: muito original nos aromas e nos sabores mostrou-se ideal para quem bebe vinho com frequência e quer apreciar algo que fuja do tradicional. O vinho, de cor rubi profunda, apresentou imensa complexidade no nariz: frutas vermelhas e negras maduras, especiarias, ervas e folhas secas que lembram chá. Sabores realmente interessantes com toques exóticos, eu diria. Com alta graduação alcoólica (15,5%), o vinho exigiu ser resfriado um pouco mais do que o habitual para reforçar a intensidade das frutas e equilibrar a força do álcool. A boa acidez e os taninos macios ajudaram a dar equilíbrio à bebida. Confesso que percebi pouca semelhança com o típico Zinfandel da Califórnia, que normalmente é mais doce e menos herbáceo. Talvez tenha me lembrado um pouco mais um bom Primitivo di Manduria, com muita pigmentação e notas de especiarias doces e ervas secas, mesmo assim um “Primitivo diferenciado”.
Preço justificado
O preço alto dos vinhos – cerca de R$300,00 a R$400,00 -tanto no branco como no tinto, deve-se ao fato de ambos serem considerado na Croácia Vrhunsko Vino, ou seja, Vinhos de Qualidade Superior. Tanto no Posip como no Plavac Mali as uvas que os compõem são colhidas manualmente e a sua produção é totalmente natural, com cada videira produzindo quantidade limitadíssima: 1kg para o tinto e 1kg e meio para o branco.
Em alguns países como Inglaterra e Estados Unidos, os vinhos da Croácia já são conhecidos e estão disponíveis nas melhores cartas.