Dia Internacional da Mulher: Conheça as que fizeram (e fazem!) a diferença no mundo do vinho!

No Dia Internacional da Mulher, nada como lembrar e divulgar  importantes personagens femininas protagonistas da História do vinho no mundo. Guerreiras, corajosas, determinadas, essas mulheres revolucionaram em diferentes épocas  o setor do vinho, uma área onde os homens sempre foram a imensa maioria. Conheça a contribuição de cada uma delas:

Viúva Clicquot: em meio a guerras transformou a pequena empresa em um império
Viúva Clicquot: em meio a guerras transformou a pequena empresa em um império
Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin (1777-1866) ficou viúva aos 27 anos, com uma pequena filha e sem qualquer formação empresarial assumiu o controle da vinícola do marido. Em meio a guerras do período napoleônico, lutou para transformar, em pouco mais de uma década,  a pequena empresa familiar em um grande negócio.  Foi uma das primeiras mulheres a liderar um império comercial internacional, sob a marca Veuve Clicquot. Sem medo de arriscar tudo o que tinha, ela fez do produto que vendia um sinônimo de luxo e tornou-se uma lenda na França.

 

 

 

Lutou contra a falta de apoios de sucessivos governos portugueses que não acreditavam no potencial vinícola do país
Ferreirinha: Lutou contra a falta de apoios de sucessivos governos portugueses que não acreditavam no potencial vinícola do país

Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), mais conhecida por Ferreirinha, foi uma empresária portuguesa notável do século XIX,  ligada aos negócios do vinho do Porto.  Apesar de ter nascido no seio de uma família de posses, Antónia não se deixou acomodar ao estilo de vida típico. Ficou viúva com apenas 32 anos, mas casou-se de novo em 1856 com o seu administrador, José da Silva Torres, e continuou a manter o negócio da família. Tornou-se a pessoa mais rica e respeitada do Alto Douro vinhateiro e numa das mais poderosas individualidades da época em Portugal. Lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos espanhóis que investirem na produção do país.

Lilly Bollinger
Lilly Bollinger – Figura amada em Champagne, onde era vista andando de bicicleta pelos vinhedos todos os dias.
Lilly Bollinger (1890-1965)- Viúva aos 42 anos, ela comandou os destinos da vinícola da família em plena Segunda Guerra, quando a França estava ocupada pelos nazistasFez a empressa prosperar sob sua liderança, dobrando de tamanho.  Figura amada em Champagne, onde era vista andando de bicicleta pelos vinhedos todos os dias. Em 1961, quando um repórter de Londres perguntou sobre quando ela bebia Champagne, Madame Bollinger respondeu: “Só bebo Champagne quando estou feliz e quando estou triste. Às vezes, bebo quando estou sozinha. Quando estou em companhia, considero obrigatório. Bebo um golinho se não estou com fome e bebo quando estou com fome. Caso contrário nunca toco nele, a não ser que esteja com sede.”

 

 

 

Primeira mulher a trabalhar como enóloga em solos chilenos.

Maria Luz Marin, nascida em 1951, foi a primeira mulher a trabalhar como enóloga em terreno chileno. Estreou na área com 30 anos. É engenheira agrônoma, pós-graduada em viticultura na França. Em 2000 quebrou outro paradigma ao fundar a Viña Casa Marin, em San Antonio,  um local onde a paisagem reúne  neblinas matinais,  ventos fortes e temperaturas frias na época do amadurecimento das uvas, o que a fez ser olhada com ceticismo por muitos experts que não acreditavam que condições tão extremas fossem capazes de produzir vinhos bons. Aos poucos, mostrou que valeu a pena apostar em sua intuição.

Proprietária da única vinícola da Itália formada exclusivamente por mulheres

Donatella Cinelli – Nascida em 1953, em uma família de produtores de Brunello di Montalcino, na Toscana, fundou em 1993 o Movimento Turismo do Vinho e inventou a Manifestação Vinícola Aberta, que contribuíram significativamente para incrementar o turismo de vinho na Itália. Depois de trabalhar 14 anos na Vinícola da Família, criou seu próprio negócio. É dona do Casato Prime Donne em Montalcino, uma vinícola de produção de Brunellos onde só trabalham mulheres. Possui inúmeros prêmios, dentre eles, o de melhor produtor de vinho italiano.

Jancis Robinson – primeira especialista fora do círculo de vinicultores a receber, em 1984, o título de Master of Wine
 

Jancis Robinson – Nascida em 1954, na Inglaterra, é hoje uma das maiores autoridades de vinho do mundo. Formada em Filosofia e Matemática começou a se interessar pelo estudo do vinho há mais de 30 anos, quando a apreciação da bebida ainda era considerada algo supérfluo. Foi a primeira especialista fora do círculo de vinicultores a receber, em 1984, o título de Master of Wine, o respeitado e difícil teste de qualificação que avalia o conhecimento teórico e prático sobre vinhos. É autora de importantes publicações como o Atlas do Vinho. Também percorre o mundo fazendo palestras e participando de degustações e avaliações de rótulos. Por ser considerada extremamente técnica e capacitada, foi escolhida consultora oficial da adega do Palácio de Buckingham, em Londres, onde vive a rainha Elizabeth II.

Regina Vanderlinde – primeira mulher brasileira eleita Presidente da OIV

Regina Vaderlinde – A brasileira Regina Vanderlinde foi eleita em 2018 presidente da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), sediada em Paris. O mandato é de dois anos. A presidente da OIV é enóloga, professora na Universidade de Caxias do Sul, formada em Farmácia Bioquímica, Tecnologia de Alimentos, pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Enologia pela Universidade de Bordeaux. Regina atua como delegada do Brasil na OIV, desde 2001, tendo participado de Comissões e Grupos de Trabalho, no Comitê Executivo e na Assembleia Geral da entidade. Em 2012, assumiu o posto de secretária científica da Subcomissão de Métodos de Análises da organização. É a primeira representante do Brasil a ocupar o cargo de presidente da instituição.

A essas mulheres um brinde de gratidão nesse dia tão especial: tim-tim!

 

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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