Equipe chinesa vence a francesa no Campeonato de Degustação de Vinho às Cegas 2016 na França

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A equipe vencedora chinesa no Campeonato de Degustação de Vinho às Cegas de 2016, sediado este ano na Château du Galoupet, Côtes de Provence, França, 8 de outubro de 2016 Foto: Foto: La Revue du Vin de France / Facebook

A China superou 20 outros países em uma prestigiada competição de degustação de vinho às cegas, no dia 15 de outubro, na França, na qual os organizadores descreveram como um “relâmpago no mundo dos vinhos”.

A quarta edição do campeonato anual organizado pela revista francesa La Revue du vin de France ocorreu em Chateau du Galoupet, uma famosa área produtora de vinho da França, com as equipes tendo que identificar em degustação às cegas (sem ver os rótulos) os vinhos, países de origem, variedades de uvas, denominações, e vindima para cada um dos 12 vinhos (seis tintos e seis brancos) de todo o mundo.

Favoritismo não é tudo

Com um total de 108 pontos, a equipe chinesa de Liu Chunxia, Tze Chen, Xianchen Ma e Xi Chen, acabou no topo, bem adiante do campeões do ano passado, Espanha, da Bélgica (segundo colocado em 2015), e da França, sempre favorita, que, apesar disso, chegou em segundo lugar este ano. Os Estados Unidos levaram para casa o bronze, enquanto que os britânicos ficaram com uma distante 11a colocação geral. A classificação completa pode ser vista no final deste artigo.

O fato de uma equipe de degustadores de vinho da China ganhar em primeiro lugar, afrente das principais nações produtoras de vinho, como França e Itália, bem como a Espanha – o país com a maior área de vinhedos no mundo – causou muita surpresa no mundo dos vinhos. Contudo, Brice Leboucq, o técnico chinês nascido na França, não ficou tão surpreso com a vitória da sua equipe. “Na China, a disputa para conseguir um lugar na equipe é realmente dura, por isso é que temos o melhor aqui”, afirmou. Mantendo a humildade, no entanto, os campeões atribuíram seu sucesso 50% ao conhecimento e 50% à sorte.

China: segundo lugar no mundo em área de vinhas

A vitória chinesa é, claramente, outro louro na coroa do crescente setor vitivinícola chinês, que está se aproximando rapidamente dos líderes de mercado como França, Itália, Espanha, Estados Unidos e Argentina, tanto em termos de qualidade como quantidade. De fato, com 800.000 hectares de cultivo de vinhas, a China agora ocupa o segundo lugar no mundo em área superficial de vinhas, depois da Espanha, de acordo com a Organização Internacional de Vinho (OIV) e Vinhas de Paris.

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Salão de competição durante a competição, Campeonato de Degustação de Vinho às Cegas de 2016, Château du Galoupet, Côtes de Provence, França, 8 de outubro de 2016 Foto: La Revue du Vin de France / Facebook

A China impressiona também no mercado 

E embora a China se esforce frequentemente para se livrar da imagem de produtor de massa de bens baratos, ela já pode se gabar de algumas impressionantes conquistas no mercado de vinhos – em 2011, chocou o mundo dos vinhos no Decanter World Wine Awards, quando o Jia Bei Lan Cabernet de 2009, da vinícola Helan Qing Xue na região chinesa de Ningxia, venceu o Troféu Internacional Red Bordeaux Varietal, desbancando uma ilustre lista de adversários, incluindo um Bordeaux francês. Este feito impressionante foi, talvez, um sinal dos tempos – e uma sólida prova de que no mundo dos vinhos, o equilíbrio do poder está certamente pendendo para o oriente.

Os campeonatos de degustação de vinho às cegas do próximo ano ocorrerão na Borgonha, a Meca da região vinícola francesa de Cote d’Or.

Classificação final do Campeonato de Degustação de Vinho às Cegas de 2016

1: China, 108 pontos;  2: França, 102 pontos;  3: EUA, 100 pontos;  4: Bélgica, 99 pontos;  5: Andorra, 98 pontos;  6: África do Sul, 92 pontos;  7: Finlândia, 87 pontos;  8: Luxemburgo, 80 pontos;  9: Polônia, 79 pontos;  10: Espanha, 76 pontos;  11: Reino Unido, 69 pontos;  12: Rússia, 68 pontos;  13: Suíça, 55 pontos;  14/15: Suécia/Hungria, 53 pontos;  16: Portugal, 49 pontos;  17: Argentina, 49 pontos;  18: Itália, 48 pontos; 19: Bielorrússia, 42 pontos;  20: Japão, 36 pontos;  21: Mônaco, 23 pontos.

Fonte: Eatglobe.

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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