Um novo levantamento realizado pela Euromonitor International revelou que o mercado de bebidas ilícitas no Brasil movimentou cerca de R$56,9 bilhões em 2023, resultando numa evasão fiscal de R$28,2 bilhões. Além de impactar os cofres públicos, essa prática representa riscos para os consumidores e negócios formais.
Os dados indicam que o comércio ilegal de bebidas alcoólicas cresceu 224% em valores nominais entre 2017 e 2023, passando de R$17,6 bilhões para R$56,9 bilhões. Nesse período, a evasão fiscal com destilados ilícitos aumentou 176%, alcançando R$28,2 bilhões em 2023, comparado aos R$10,2 bilhões registrados em 2017.
O mercado ilegal de bebidas alcoólicas no Brasil tem se profissionalizado nos últimos anos, com a entrada do crime organizado na produção, distribuição e comercialização de produtos falsificados e contrabandeados. Essa organização é favorecida por fatores como altos impostos, consumidores optando por preços baixos, crescimento do comércio eletrônico e a penetração de organizações criminosas no setor.
Leonardo Weber, consultor da Euromonitor International, comentou que mesmo com a retomada econômica, o mercado ilegal de bebidas alcoólicas permanece em níveis superiores ao período pré-pandêmico, representando cerca de 30% do volume total do mercado de destilados. Ele destaca que a reforma tributária e a introdução do Imposto Seletivo poderiam ser essenciais para atacar as raízes da ilegalidade, mas ressalta que deve haver um equilíbrio para evitar distorções e proteger a indústria legal.
José Eduardo Cidade, presidente da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), enfatiza a necessidade de um sistema tributário simplificado e isonomia de tratamento entre diferentes tipos de bebidas alcoólicas. Segundo ele, isso poderia ajudar a reduzir o comércio ilegal e proteger os consumidores dos riscos associados à ingestão de bebidas adulteradas ou contrabandeadas.
Leia também – Integração Brasil-Alemanha celebra 200 anos de imigração