A Secretaria de Turismo (Setur), em parceria com produtores do Planalto Central, reúne um grupo de trabalho que envolve 22 entidades, entre órgãos, empresas e regiões administrativas, além de representantes do governo federal, com o objetivo de discutir sobre uma “rota do vinho”, impulsionado pelo recente entusiasmo pelo cultivo de videiras e produção de vinho no cerrado.
Ao visitar a região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), no Paranoá, o governador Ibaneis Rocha ressaltou a importância de expansão da rota do vinho para fortalecer a produção local, gerando emprego e renda para o Distrito Federal. A Secretária de Turismo, que acompanhou o governador na visita, reforça que estão estruturando esse roteiro com a certeza de que Brasília tem todas as condições favoráveis e que podem projetá-la como capital do enoturismo, oferecendo para a população uma experiência única e inovadora. Enoturismo é a atividade que associa à atividade turística elementos comuns à cultura do vinho, desde o processo produtivo, passando pelos aromas e sabores.
A vinicultura para produção de vinhos finos, até pouco tempo, era impensável por aqui. Essa realidade começou a mudar quando um grupo de agricultores do PAD-DF se especializou na produção de uvas finas. Assim nasceu a Vinícola Brasília, iniciativa de dez famílias que investiram em estrutura, tecnologia e equipamentos para a produção de vinhos finos na região. Então entra a Setur, com potencialização de uma rota do enoturismo no DF.
Cerca de 40 produtores trabalham com uva no DF, abrangendo mais de 60 hectares entre plantio e produção, segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater). Isso dá uma média de 1,5 mil toneladas de várias espécies produzidas por ano na região. Boa parte dessa safra é destinada a consumo de mesa, ou seja, aquelas vendidas em caixas ou bandejas nos mercados ou feiras. As uvas mais comuns na região são niágara-rosada, isabel, vitória e itália. De acordo com dados da Vinícola Brasília, em 2020, foram produzidas aproximadamente 5 mil garrafas de vinho fino, e ano que vem é estimado que esse número suba para 25 mil.
O cerrado seco e o clima tropical do Planalto Central não são empecilhos para o cultivo de uvas e a produção de vinhos finos, e espécies de uvas como syrah, cabernet franc, barbere e tempranillo se adaptaram bem à região. Célio Rodrigues, administrador de Planaltina, acredita que a criação de uma rota do vinho vai impulsionar ainda mais a economia local no setor rural.
As atividades do grupo de trabalho da Setur para a estruturação do DF como destino enoturístico seguem a pleno vapor. Integrantes de seis subgrupos criados pelo órgão fazem visitas em todo o DF. Além do PAD-DF, fazem parte do roteiro espaços de produção em Sobradinho e Planaltina. A região tradicional de cultivo de uva no DF, o ponto de partida para a produção local da fruta da família das videiras (Vitaceae), historicamente, é Planaltina. Mas também há registros de agricultores em Sobradinho, na região do Lago Oeste, e também em Vargem Bonita, no Riacho Fundo. Maior produtor de frutas do DF, entre elas o morango e a goiaba, Brazlândia também quer fazer parte do turismo enológico.
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