A pandemia provocada pelo novo coronavírus tem feito governos e cidadãos do planeta adotarem severas medidas de contenção. Entre as principais estão o isolamento social e cuidados redobrados com higiene. Dessa forma, busca-se frear a proliferação da doença. E no universo vinícola, é claro, o assunto do coronavírus também vem à tona. Uma entidade espanhola diz que o vinho pode matar o coronavírus. Será?
Na semana passada, a Federação Espanhola de Enologia (Feae) emitiu um comunicado polêmico a respeito do assunto. Segundo o texto, publicado no site oficial da entidade, o vírus seria incapaz de sobreviver na bebida. De acordo com a nota, são três as razões para isso: a presença de álcool, polifenóis e um ambiente hipotônico. Este último aspecto refere-se a líquidos com menos solutos que solventes.
Vale lembrar que a Espanha tem sido uma das localidades mais afetadas pela Covid-19. O país está com alto índice de infectados e, infelizmente, muitas mortes.
#Fiqueemcasa – 20 filmes/documentários para os amantes do vinho
#Fiqueemcasa – 10 drinks com vinho para você fazer
Confira 10 lojas em Brasília que entregam vinhos em casa
Por que o vinho pode matar o coronavírus?
A Feae alega ter emitido a declaração em resposta a múltiplos questionamentos feitos por membros associados e profissionais de diversas áreas. As dúvidas recebidas eram acerca da contaminação do vinho e das garrafas e também sobre efeitos do produto na ação do novo coronavírus.
Em seu comunicado, a entidade conclui que o vinho pode matar o coronavírus após ouvir profissionais de medicina e outras associações internacionais de enólogos sobre o tema. Na apresentação do texto, é feita a observação de que trata-se de um patógeno ainda pouco conhecido, o que demanda cautela.
A cautela necessária
É de conhecimento geral que o vinho ajuda no combate e prevenção a diversas doenças, como já tratamos aqui mesmo no blog. Afinal, o benefício à saúde do consumo moderado da bebida é debatido há décadas e reconhecido em muitos âmbitos.
Contudo, em relação à ação de um vírus que está mobilizando o mundo todo e sendo amplamente estudado por especialistas (não há ainda uma vacina aprovada), há muitas dúvidas e poucas certezas.
Sobretudo em respeito às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e autoridades sanitárias nacionais e internacionais, o Blog Vinho Tinto recomenda a seus seguidores que, a despeito de ingerirem vinho frequentemente, continuem adotando as medidas recomendadas, ou seja, a permanência em quarentena e a higienização completa das garrafas compradas, com a finalidade de debelar o vírus.
O que diz a associação
Confira abaixo, traduzidos na íntegra, os pontos constantes da nota publicada pela Federação Espanhola de Enologia (FEA):
“1. A sobrevivência do vírus no vinho parece ser impossível porque a combinação concomitante da presença de álcool, um ambiente hipotônico e a presença de polifenóis impede a vida e muliplicação do próprio vírus.
2. A contaminação pela embalagem parece ser muito remota, se não inexistente do ponto de vista estatístico, tendo também em vista a curta vida do vírus e a ausência de um hóspede biológico presente.
3. O consumo moderado de vinho, vinculado ao consumo responsável, pode contribuir para um melhor higiene da cavidade bucal e da faringe, sendo esta a última zona onde se aninham os vírus durante as infecções.