Vinhos desalcoolizados: tendência que veio para ficar?

Raphael Zanette, fundador da Vino!, fala sobre o crescimento dos vinhos sem álcool e por que eles vão além do simples suco de uva.

Nos últimos anos, a categoria de vinhos desalcoolizados tem conquistado cada vez mais espaço entre os apreciadores da bebida. No entanto, ainda há dúvidas sobre suas características e como se comparam aos vinhos tradicionais. Diferente do que muitos imaginam, esses rótulos não são apenas suco de uva: são vinhos autênticos, produzidos com os mesmos processos dos tradicionais, mas que passam por um método de remoção do álcool ao final da produção.

Raphael Zanette, fundador da rede Vino!, destaca as diferenças entre os vinhos desalcoolizados e o suco de uva e explica por que essa categoria está ganhando força no mercado.

O que são vinhos desalcoolizados?

Os vinhos desalcoolizados são elaborados a partir dos mesmos métodos dos vinhos convencionais, com a fermentação das uvas e todo o processo de vinificação. A principal diferença está na remoção do álcool, realizada por técnicas como destilação a vácuo ou osmose reversa, preservando cor, sabor e aromas. Isso os distingue do suco de uva, que não passa pela fermentação e, portanto, não desenvolve a complexidade sensorial dos vinhos.

“Apesar da ausência de álcool, os vinhos desalcoolizados mantêm taninos, acidez e estrutura, características essenciais que os diferenciam de um simples suco de uva”, explica Zanette.

Tendência ou mudança de hábito?

O mercado de vinhos desalcoolizados vem crescendo, impulsionado por consumidores que buscam alternativas mais leves e saudáveis. Para Zanette, essa mudança reflete um novo perfil de consumo, cada vez mais atento ao bem-estar e ao equilíbrio. “O interesse por vinhos desalcoolizados não é apenas uma moda passageira, mas sim uma resposta às novas preferências do público”, afirma.

O que os vinhos desalcoolizados oferecem além do suco de uva?

Embora a ausência de álcool leve alguns a compará-los ao suco de uva, as diferenças são notáveis. O vinho desalcoolizado preserva os processos de fermentação e vinificação, garantindo camadas de sabor mais complexas, além da acidez e dos taninos típicos. “O suco de uva é naturalmente mais doce e frutado, enquanto o vinho desalcoolizado mantém as características que tornam a bebida sofisticada”, explica Zanette.

Como degustar vinhos desalcoolizados?

O consumo dos vinhos desalcoolizados segue as mesmas recomendações dos vinhos tradicionais. Os brancos e rosés harmonizam bem com pratos leves, como saladas e frutos do mar, enquanto os tintos combinam com preparações mais encorpadas. “A temperatura ideal faz toda a diferença: brancos devem ser servidos mais gelados, enquanto tintos devem ficar em temperatura amena”, aconselha Zanette.

Sugestões de rótulos

Para quem deseja explorar esse universo, Zanette recomenda algumas opções de destaque:

Vinho Desalcoolizado Chardonnay Vinoh Oak – “Com acidez marcante e notas frutadas, é ideal para dias quentes e harmoniza com carnes brancas e sobremesas. Deve ser servido a 8°C.”

Vinho Desalcoolizado Cabernet Sauvignon Oak Vinoh – “Possui taninos equilibrados, aromas de frutas vermelhas e toques sutis de café e chocolate, sendo perfeito para pratos mais robustos. Temperatura ideal: entre 10 e 12°C.”

Merlot Vinoh Select – “Fácil de beber, com notas de frutas vermelhas e acidez equilibrada, ideal para quem busca um vinho suave. Servir entre 10 e 12°C.”

Seja como alternativa para quem deseja reduzir o consumo de álcool ou como uma nova experiência enológica, os vinhos desalcoolizados seguem ganhando espaço. Com rótulos de qualidade e processos bem estruturados, a categoria se consolida como uma opção sofisticada e acessível.

Sobre o Grupo Vino!

Fundado em 2015, o Grupo Vino! tem como missão democratizar o consumo de vinhos a preços acessíveis. A partir de 2019, iniciou um processo de expansão para diversos estados brasileiros e hoje conta com mais de 61 unidades de wine bars espalhadas pelo país.

 

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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