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“Volta ao mundo”. Assim é como costumo chamar as degustações das quais participo e nas quais tenho a oportunidade de provar vinhos de diversos países. Uma viagem de aromas e sabores que considero extremamente prazerosa e pedagógica e que recomendo a todos os amantes de vinho desse planeta. A minha última experiência nesse sentido foi com os amigos enófilos da Confraria Terroir (leia aqui sobre Confrarias) na loja Ponto Vinho (CCSW5, A, loja60, Sudoeste, Brasília). Eu mesma fiz a seleção e busquei vinhos mais jovens, mais frutados e fáceis de beber (tanto do Velho como do Novo Mundo) e, sobretudo, com boa relação custoxbenefício.
Escolhi cinco vinhos na faixa de R$34 e R$74. Foram selecionados o argentino Las Moras Shiraz 2012 (R$36), o italiano Chianti Vernaiolo 2012 (R$63), o francês Arrogant Frog Pinot Noir 2011 (R$74,50), o americano Two Vines Merlot-Cabernet 2009 (R$69) e o sulafricano Tortoise Hill 2010 (R$73,00).
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
Avaliação dos vinhos – O argentino Las Moras Syrah (R$36) é o típico vinho honesto: bom e barato! Realmente leve na boca e no bolso e bem fácil de agradar paladares menos exigentes – ideal para ser compartilhado despretensiosamente com amigos. Não espere encontrar muito corpo, taninos e notas acentuadas de pimenta – essas não são características de um Syrah nessa faixa de preço, mas, sem dúvida, é um bom vinho;
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O italiano Chianti Vernaiolo (R$63) é um Chianti simples, sem muitas surpresas, mas apresenta boa acidez e taninos moderados que acompanham muito bem massas com molhos à base de tomate.
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O Arrogant Frog Pinot Noir 2011 (R$74,50) é o vinho francês com mais cara de Novo Mundo que já experimentei, a começar pelo nome Arrogant Frog e pela tampa scroll cap. No entanto, é muito bem feito, elegante e delicado, com muita presença de frutas vermelhas no nariz e na boca. Vale a pena ser apreciado com comidas leves.
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Two Vines Merlot-Cabernet 2009 (R$69) – Um corte bordalês (Merlot – Cabernet) em um vinho americano. E não é que deu certo? Mas, claro, de forma muito mais delicada, fresca e frutada do que um famoso Bordeaux típico. O vinho de Washington é fácil de beber e de combinar com diferentes pratos. A presença do toque herbáceo é nítida e me lembrou um pouco os vinhos chilenos.
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Tortoise Hill 2010 (R$73)– Apesar de no início não ter revelado muitas informações no nariz, ao longo do tempo, o vinho foi mostrando inúmeras camadas olfativas que variou de amoras e morangos a alcaçuz. Mas foi na boca que esse vinho sulafricano impressionou e foi eleito por mim o melhor da noite: bom corpo, taninos macios e toques de pimenta. Sem dúvida, ao mesclar Bordeaux (Merlot e e Cabernet) com Rhône (Shiraz e Mouvèdre) na África do Sul, o produtor alcançou um resultado surpreendente.
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Harmonização – Durante a degustação foram servidos pratos leves e saudáveis pelo Léger (CCSW05, Sudoeste), mais novo restaurante de gastronomia saudável de Brasília. O restaurante integra o Grupo Odete Lima e oferece alimentação diferenciada com alto valor nutritivo e baixas calorias. No cardápio da noite: tomate sem pele e sem semente recheado com creme de queijo e manjericão fresco; salada fria à base de penne integral com tomate cereja, molho de tomate caseiro, gergelim negro e redução de vinho; ratatouille com berinjela, pimentões e tomate fresco, além de alcatra grelhada com cogumelos frescos e pudim de côco caseiro com molho de maracujá finalizado com pimenta calabresa e hortelã. Tudo regado à azeite português Acushla. Uma delícia!!!