No dia 08 de outubro, Brasília foi sede de um dos mais importantes eventos de vinho do Brasil – o World Wine Experience 2014 – uma feira exclusiva de vinhos da importadora World Wine, com formato de uma grande degustação. O evento, que já está em sua quarta edição, aconteceu no mezanino do restaurante Bierfass, localizado no Pontão do Lago Sul, um dos pontos turísticos mais bonitos da cidade. Um seleto público de aproximadamente 150 pessoas esteve presente.
O foco desta edição, que também foi realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, foi exclusivamente nos vinhos de Portugal. Segundo os organizadores a ideia foi a de proporcionar aos participantes um conhecimento mais detalhado sobre os vinhos “deste povo que alia tradição à inovação”. Como uma das participantes do evento, posso afirmar que a ideia deu certo, pois além de degustar os surpreendentes rótulos do Douro, Dão, Ribatejo e Alentejo, tive a oportunidade de conversar com alguns de seus produtores e descobrir um pouquinho mais sobre as maravilhas dessa terra que possui um terroir privilegiado, além de uma enorme quantidade de uvas autóctones. CARM, Quinta da Falorca, Quinta Vale Dona Maria, Quinta do Alqueve, Quinta do Pessegueiro, Herdade do Rocim e Wiese & Krohn foram as vinícolas que participaram desta edição.
World Wine – Para quem não sabe, a World Wine surgiu em 1999, e é hoje uma das três maiores importadoras de vinhos premium do Brasil com cerca de 2 mil rótulos de mais de 150 produtores exclusivos de 14 países. A empresa foi criada pelo empresário Celso La Pastina (leia entrevista) e herdou a tradição, credibilidade e prestígio conquistados pelo trabalho desenvolvido pela família La Pastina, que atua no Brasil há mais de 63 anos no setor de bebidas e alimentos finos.
Toque especial – Além dos excelentes vinhos, um buffet de queijos, frios e uma seleção de produtos La Pastina deu um toque especial ao evento. Para acompanhá-los e melhor harmonizar com os vinhos portugueses, foram servidos deliciosos pães artesanais da Panetteria D’Oliva (QE26, Guará II), entre eles baguetes, filões (pães italiano), pães tortanos e tantos outros pães elaborados à base de fermentação natural, sem aditivos químicos, misturas ou conservantes.
Destaques – Foram quase 50 rótulos disponíveis para degustação. Claro que não experimentei todos. Porém, vou destacar aqui os que mais me atraíram dentre os que experimentei: Mariana Branco – Dos brancos que degustei no evento, gostei muito do alentejano Mariana da Herdade do Rocim. Apesar de ser um vinho de entrada, isto é, considerado simples, possui uma acidez pronunciada e uma mineralidade típica de vinhos mais caros e bens elaborados. É composto pelas uvas Antão Vaz, Arinto e Alvarinho e é extramente fresco. Custa R$54 – um excelente preço para o que oferece.
Carm SO2 Free Branco – O anidrido sulforoso tem função antioxidante e antiséptica nos vinhos, mas a Carm – Casa Agrícola Roboredo Madeira do Douro – resolveu produzir esse vinho sem o SO2 e, claro, o vinho ficou realmente diferente, pois passou a evoluir naturalmente, e, digamos, de maneira mais intensa. No nariz se apresenta muito aromático e complexo – mas muito mesmo – com notas de pêssego, goiaba, pêra. Em boca, mostra bastante fruta, mas ao mesmo tempo é leve e fácil de beber. Recomendo a experiência. Vale à pena. R$120.
Quinta Vale Dona Maria 2011 – Esse vinho do Douro produzido pela Quinta do mesmo nome é realmente incrível. São mais de 40 castas em um único vinho, entre elas: Tinta Amarela, Tinta Francisca, Sousão, Touriga Franca, Tinta Roriz e outras típicas do Douro. Todas provenientes de vinhas velhas de mais de 60 anos. No nariz e na boca apresenta um misto de frutas vermelhas maduras com toques de frutas negras e especiarias. É muito elegante e persistente. Os taninos são macios talvez porque envelheça 75% em barricas de francês novas e 25% em barricas com um ano de uso. Top demais com aquelas notas violetas e terrosas típicas dos melhores vinhos do Douro. R$398.
Quinta da Falorca Garrafeira 2007 – Esse exemplar do Dão é realmente um ótimo vinho. Complexo, intenso e com muitas frutas negras. É composto por Touriga Nacional (50%), Rufete, Jaen, Alfrocheiro e Tinta Roriz. Estagia 24 meses em barrica e 12 em garrafa e apresenta taninos macios e suaves notas de tostado. O final é bastante persisnte. O preço é R$360.
Grande Rocim Reserva 2009 – Esse é um vinhaço constituído 100% de Alicante Bouschet. Ele só é lançado em anos nos quais a qualidade da uva é excepcional. O número de garrafas também é limitado e varia de acordo com a safra. Sabe um vinho poderoso? É esse. Além disso é vibrante e complexo. Aromas e notas de frutas negras, notas de especiarias e uma certa mineralidade. Realmente encantador. Tem cor densa, é equilibrado, tem boa acidez e apresenta capacidade de envelhecimento pela grande concentração de taninos.Vale ressaltar que no Alentejo a Alicante Bouschet é mais comum de ser encontrada em cortes, o que torna esse vinho ainda mais especial. O Grande Rocim 2009 custa R$690. Um vinho caro, mas que vale o investimento.
Quem foi ao evento pôde apreciar também a excelente linha de Portos da Wiese & Krohn datados e não datados. Destaque para a exuberância do Krohn Colheita 2000 (R$190), proveniente de um só ano com uvas de elevada qualidade. Passou sete anos em madeira antes de ser comercializado. Magnífico.
Confira fotos do evento clicando aqui. Os vinhos da World Wine são encontrados em Brasília na Art du Vin e na Super Adega. Para informações sobre onde encontrar os produtos em outros estados, clique no site da importadora.