Está chegando no Brasil um dos vinhos laranjas mais frescos e minerais que já degustei. E ele vem da Eslovênia, um pequeno país do Leste Europeu cuja vitivinicultura existe desde a época das tribos Celtas, ou seja, bem antes de os romanos introduzirem a vinificação em locais tradicionais como França e Espanha. O país é pequeno, com cerca de dois milhões de habitantes, mas é responsável pela produção de 80 milhões de litros/vinho por ano.
Fui uma das poucas a participar do lançamento oficial do Krasno (cuja tradução significa Beleza) Orange Wine. Um vinho laranja produzido pela Klet Brda, uma cooperativa vinícola que reúne mais de 400 famílias e produz vinhos de alta qualidade, entre o mediterrâneo e os Alpes, em colinas situadas no oeste da Eslovênia – local chamado de Goriska Brda. Uma região única que combina a mineralidade do solo, com a brisa do oceano e o frescor das montanhas geladas. Com um terroir tão privilegiado, não era de se esperar pouco dos vinhos dessa vinícola. E o laranja realmente encantou. Inicialmente foi uma grata surpresa porque eu esperava um vinho com muito mais corpo e notas oxidativas. O Krasno, ao contrário, se mostrou fresco, com corpo mediano, acidez acentuada e ainda elegante, intenso e persistente. Pela cor, não era nem branco nem rosé, tampouco tinto. Também não era o laranja convencional a que estamos habituados, mas era um acobreado claro e transparente. Lindo!
Durante o jantar de apresentação do vinho, compareceram os simpáticos Gorazd Rencelj, embaixador da Eslovênia; Damir Kapitanovic, diretor comercial da vinícola e o enólogo Darinko Ribolica. Inclusive tive a oportunidade de conversar bastante com este último que fez questão de dizer que seu vinho laranja era especial e diferente dos demais realmente. “Esse vinho é voltado para o mercado americano que pede um vinho fresco. Em nosso vinho laranja, evitamos a oxidação e, não usamos o qvevri (vasos de barro enterrados no solo), como os tradicionais laranja da Geórgia”, explicou.
O Krasno Orange é feito do blend de três castas típicas da região de Brda: Ribola Gialla, Malvasia e Friulana. Elas são fermentadas em separado. Darinko explica que a Ribola Gialla fica com as peles em grandes foudres de carvalho por 12 meses, enquanto as outras duas ficam 1 mês com as peles em recipiente inox e depois disso são misturadas. O resultado é um vinho laranja claro muito elegante, quemno nariz mostra ardósia, cítricos, flores, mel e tomilho. No sabor é bem mineral e cítrico também, com toques de pêssego e manga seca e taninos bem suaves e agradáveis. Possui Ótima acidez e persistência e segundo seu criador, o enólogo Darinko, tem potecial de envelhecimento de 5 a 10 anos.
Os vinhos da Klet Brda são trazidos para o Brasil pela importadora Berkmann. O Krasno Orange é novidade e ainda não foi distribuído no país, o que deve acontecer dentro de uns 15 dias no máximo. O valor ainda não foi informado. Em Brasília, poderá ser encontrado na Rota do Vinho (410 Sul).
Outros Vinhos da Eslovênia
Além do vinho laranja, a Klet Brda produz outros vinhos que já são comercializados no país, caso da linha Quercus, que se caracteriza por ser fresco e frutado. Aproveito pra destacar o Pinot Grigio desta linha – diferenciado é extremamente fresco, mineral e intenso com notas cítricas e de frutas de caroço. Pode ser encontrado no valor de R$108,00.