Uma pesquisa recente, publicada pela revista Chemosensory Perception analisou como jovens sommeliers desenvolvem habilidades sensoriais e superam com facilidade pessoas sem treinamento na identificação de aromas. Levando em consideração que somos capazes de diferenciar mais de 1 trilhão de aromas diferentes (e não 11 mil como popularmente se acredita), esse estudo mostra que o cérebro tem um papel muito mais importante no processo da identificação de aromas, e por tabela, joga uma luz para explicar a chamada “memória afetiva olfativa” .
Informações importantes para a pesquisa
No cérebro, o hipocampo é o grande armazém de memórias e ele é alimentado pelo (entre outros) córtex entorrinal. Esse córtex também responde aos estímulos olfativos e ele é a primeira área no cérebro a ser afetada por doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.
Onde entra o vinho nessa história?
Em 2016, um estudo com 13 Master Sommeliers na Cleveland Clinic Lou Ruvo Center for Brain Health, em Las Vegas, descobriu que o córtex entorrinal era fisicamente mais espesso nos cérebros dos profissionais de vinho em comparação a um grupo de controle. “Nós usamos os Master Sommeliers porque eles são especialistas em vinho, portanto olfato”, diz a neurologista Sarah Banks. Ela e sua equipe avaliaram as diferenças estruturais no cérebro dos Master Sommeliers, bem como a resposta funcional às tarefas motoras, visuais e olfativas.
Os resultados mostraram que os sommeliers com carreiras mais longas exibiam tecido melhorado e mais saudável no córtex entorrinal, sugerindo que o treinamento especializado de sommeliers poderia resultar em aprimoramentos no cérebro até mesmo na idade adulta, quando se há um grande avanço no declínio neurobiológico. “Isso é importante, dado que as regiões envolvidas são as primeiras a serem afetadas por muitas doenças neurodegenerativas”, disse Banks.
Ao longo do tempo o córtex entorrinal se beneficia destes estímulos, destes treinamentos, tornando-se mais saudável e como essa área do cérebro também é responsável pela memória, emoção, aprendizado e recompensa, o treinamento olfativo acaba trazendo melhoras significativas em nossa capacidade cerebral como um todo.
Adorei saber essa história! Além de fazer bem pro coração, o vinho também faz muito bem pro cérebro!!!! Mais uma importante justificativa para degustar e estudar vinhos sempre!!!!