Na chamada “geografia do vinho”, as expressões Novo Mundo e Velho Mundo são muito utilizadas para indicar a procedência do vinho. A primeira (Novo Mundo) se refere à América do Norte, à América do Sul, à Austrália, à Nova Zelândia e à África do Sul. Já a segunda (Velho Mundo) diz respeito à velha e conhecida Europa, tradicional local da cultura do vinho, onde se destacam na produção da bebida a França, a Itália, a Espanha e Portugal.
Mas, por que é importante saber a diferença entre vinhos do Novo e do Velho mundo? Quando você lê nos rótulos dos vinhos tintos algo como Bordeaux, Chianti, Rioja e Porto – não pense estar diante do nome da uva que compõe aquele vinho. Esses nomes são, na verdade, importantes regiões vinícolas localizadas na Europa, ou seja, no Velho Mundo, respectivamente na França, na Itália, na Espanha e em Portugal. É que na Europa os produtores de vinhos, depois de muitos experimentos, identificaram os melhores locais pra produzir determinados tipos de uva. Assim, por lá, o nome do lugar de cultivo está diretamente relacionado a certo(s) tipo (s) de uva. A fim de se manter uma antiga tradição, o rótulo de uma garrafa de vinho europeu não demonstra, normalmente, a variedade das uvas utilizadas, mas apenas onde o vinho foi produzido e a vinícola responsável pela produção daquele vinho. Não fique preocupado com a informação, em outros posts falarei sobre as uvas relacionadas a cada uma dessas regiões e você vai ficar craque em vinhos do Velho Mundo.
Por outro lado, as regiões do Novo Mundo apresentam no rótulo dos vinhos a uva utilizada na produção da bebida e, de quebra, muitas vezes, ainda traz no verso do rótulo uma sucinta descrição de aromas e até mesmo sugestões de harmonização – uma simplificação criticada por muitos (porque realmente vinho vai muito além do simples nome da uva), mas muito aceita pelo consumidor de forma geral.
Adaptação à vista – Como é bem mais fácil comprar vinho pelo tipo de uva e não pelo nome das regiões que, às vezes, são até difíceis de terem seus nomes pronunciados como Sauternes e Beaujolais, por exemplo, os tradicionais produtores do Velho Mundo estão reagindo à invasão dos vinhos do Novo Mundo e para não perderem espaço, aos poucos, estão se adaptando com as inovações de marketing criadas pelos produtores do novo continente. Hoje em dia, por exemplo, já não é tão difícil encontrar um vinho tinto da região de Rioja na Espanha com a descrição no próprio rótulo: uva tempranilo.