Texto: Moacir Mustefaga/ Edição: Etiene Carvalho
Fim de ano, época de comemorações, alegria, planos para o ano novo, neste clima aconteceu a última reunião de 2014 da Confraria Terroir. Diferentemente de outras reuniões, em que cada confrade levava um vinho de sua preferência dentro de uma temática específica, optou-se por um jantar harmonizado, cujo menu e elaboração coube à confreira Márcia Mustefaga e a harmonização coube a mim com a assessoria do José Filho da Enoteca Decanter de Brasília.
Foram sete vinhos para harmonizar com os pratos. Para o petit comitè foram servidos canapés de salmão, canapés de anchovas e casquinha de caranguejo acompanhados por espumantes Cave Amadeu Rosé (R$45) e Cave Geisse Nature (R$58), ambos elaborados pelo método tradicional. O Cave Amadeu Rosé é um 100% Pinot Noir com pronunciados aromas a frutas vermelhas e com uma acidez marcante, que o credencia a acompanhar comida ou apenas bebê-lo sozinho em um dia caloroso. Já o Cave Geisse Nature é um corte tradicional de chardonnay e pinot noir e acompanha uma tendência de se elaborar espumantes sem adição de açúcar, tende a agradar apenas aos “iniciados” por ser bastante seco, acompanhou com maestria a casquinha de caranguejo.
Para a salada de folhas verdes e pera caramelizada escolhemos (na verdade foi uma imposição minha) o Colomé Torrontés (R$48), vinho absolutamente refrescante e extremamente aromático destacando-se rosas, lichias e frutas tropicais, considero um curinga este vinho pois tem um amplo espectro de pratos leves para sua harmonização.
Em seguida foram servidos três pratos que tiveram o mesmo vinho harmonizando, os pratos foram, na sequência: salmão gravlax, creme de cogumelos e robalo ao creme de brie e o vinho o francês Paul Mas Viognier (R$78) que apesar da variedade de características dos pratos conseguiu o feito de agradar na harmonização.
Continuamos com um confit de pato ao molho de tâmaras que foi harmonizado com o argentino Las Moras Black Label Bonarda (R$75), esta uva é a segunda mais plantada na Argentina e inicialmente era utilizada para elaboração de vinhos mais baratos. Com o tempo e um melhor trabalho dos viticultores locais seu status mudou e hoje produz ótimos exemplares além de ser uma ótima opção aos malbecs locais, já que tem taninos mais doces e macios.
Na sequência um rosbife com purê de maças e para acompanhá-lo o ótimo espanhol da Rioja Luís Cañas Reserva (R$120) com seus aromas tostados, frutas vermelhas maduras e tabaco, na boca bastante volumoso e persistente, para mim o melhor vinho da noite, digno de replay.
Por fim a sobremesa, um coulis de frutas vermelhas com doçura contida exatamente como o vinho que a acompanhou o francês Ramón Monbazillac (R$112), vinho com boa acidez que o credencia a acompanhar sobremesas com limão.
Depois do sucesso deste último encontro do ano só nos resta aguardar (ansiosamente) pelo retorno no ano que vem.