O Brasil ainda está longe de ser um dos maiores consumidores de vinho do mundo. Está muito distante de um punhado de países europeus como Portugal, França e Itália. E até mesmo dos vizinhos Argentina e Uruguai, que têm um consumo per capita anual bem acima do brasileiro. Não à toa, somos ainda vistos como um “país cervejeiro”. Mas há motivos para se animar sobre o consumo de vinho no Brasil. Dados reunidos pela Ideal Consulting lançam pequenos sinais de que o hábito de beber vinho vem aumentando em nossas terras.
Segundo a consultoria, em 2019 o Brasil superou a faixa dos dois litros de vinho por habitante pela primeira vez. No ano, o consumo foi de 2,13 litros por brasileiro com idade acima de 18 anos. Os dados, divulgados pelo jornal O Estado de S.Paulo, indicam que no ano passado a quantidade de total de vinho no país foi de 380,4 milhões de litros.
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Rótulos nacionais dominam o consumo de vinho no Brasil
A predominância no consumo em 2019 foi de marcas nacionais, com 69%, restando aos importados 31% do mercado local – os chilenos lideram. Os números englobam vinhos nacionais e importados de uvas vitis viníferas e também os vinhos de mesa.
De acordo com o levantamento, de cada quatro garrafas compradas no país, uma custou, no máximo, R$ 25. O índice talvez se explique pelo período de dificuldade econômica que o país tem atravessado. Essa opção por vinhos mais baratos aliada à alta do dólar aponta para uma tendência a predominar os rótulos mais focados no produto fabricado no próprio país. O que cá pra nós é algo muito bom, não é verdade?
Vinhos de mesa ainda são os preferidos
O site Cuponation compilou dados do Ibravin, OIV, Statista e Meininger’s Wine Business (clique aqui para ver na íntegra) e divulgou aqueles relativos ao consumo de vinhos. Segundo eles, em 2019 os mais bebidos no Brasil foram os de mesa – 48,33%, seguidos pelos vinhos finos – 23,75% e espumantes (20,83%).
Estados que mais consomem vinho
Com relação ao consumo nos estados, as pesquisas indicam que São Paulo é o campeão, seguido do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. O Distrito Federal ficou em décima posição.
Crescimento e iniciativas
Nos últimos anos, o mercado do vinho vem experimentando crescimento no Brasil. Em 2018, por exemplo, as vendas cresceram 13,31% em relação ao ano anterior, segundo o Cadastro Vinícola (parceria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado do Rio Grande do Sul com o Instituto Brasileiro do Vinho e o Ministério da Agricultura). Embora tenha haviado redução nas importações, os gráficos já mostravam um crescimento no consumo próximo aos 30% em cinco anos.
Com a finalidade de incrementar o consumo de vinho no Brasil, foi criada no início do ano passado a Pró-Vinho. A organização reúne as principais entidades ligadas à produção da bebida no país e profissionais de outras áreas. O lema do grupo é “aproximar as pessoas do vinho” e nele são formuladas estratégias e ações para estimular o interesse pela bebida. Pelos números mais recentes, há motivos para crer que o consumo de vinho no Brasil siga crescendo. A superação dos 2 litros per capita é um deles.