Degustação de alto nível com vinhos da M. Chapoutier

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Degustação dos vinhos da M. Chapoutier em Brasília no restaurante Rubayat organizada pela Mistral: sucesso absoluto!!! (Foto: Ayrton Gissoni/Blog Enofilia)

Excepcional. Assim posso definir – sem exageros – a degustação dos vinhos produzidos pela vinícola francesa Maison M. Chapoutier, organizada pela Importadora Mistral, no Restaurante Rubayat em Brasília (que, diga-se de passagem, é também fora de série). Foram 10 vinhos entre brancos, tintos, rosé e de sobremesa. Todos assinados pelo renomado enólogo francês Michel Chapoutier, que adepto à viticultura orgânica e biodiâmica e à produção de quantidade limitada e rigorosa qualidade, vem posicionando o Rhône entre as melhores regiões vinícolas da França.

Pontuações Altas

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Châteauneuf-du-pape Croix de Bois 2009 mereceu 95 pontos de Parker

Especialistas e revistas internacionais consagradas costumam pontuar muito bem os vinhos da Maison M. Chapoutier, até mesmo Robert Parker. Dos 10 vinhos degustados no evento, cinco haviam recebido mais de 90 pontos do crítico. O Châteauneuf-du-pape Croix de Bois 2009 (foto), por exemplo, mereceu 95 pontos de Parker. Mas, independente disso, o fato é que vinhos da Chapoutier são surpreendentemente expressivos no nariz e na boca e possuem mesmo o que podemos chamar de “vínculo com o  terroir”, pois apresentam personalidade própria. Cada um deles. É impressionante! O preço? Em geral, não são baratos, mas valem o investimento.

Curiosidades: sustentável e inclusiva!

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Todos os vinhos da Chapoutier têm impressão em braille em seus rótulos

A Vinícola M. Chapoutier produz hoje mais de 300 vinhos diferentes provenientes de vinhedos do Rhône, do Sul da França, da Alsácia, da Austrália e, mais recentemente, de Portugal. Além da adoção da viticultura sustentável, ou seja, que utiliza o mínimo de sulfitos e agrotóxicos, a vinícola também é inclusiva. A Chapoutier leva o mérito de ter sido a primeira a estampar em seus vinhos rótulos em braile (foto). Isso começou em 1994 e perdura até hoje. Outro detalhe interessante é a preferência pela produção de vinhos varietais, isto é, sem misturar as cepas. É muito comum encontrar Côte-Rôties da Chapoutier produzidos apenas com Syrah e Châteauneuf-du-Papes da vinícola feitos 100% com Grenache Noir, dispensando qualquer uma das outras 12 uvas que poderiam ter sido usadas no corte.

Destaques: um Syrah e um Shiraz

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Hermitage M. de La Sizeranne 2011 – Para mim, o melhor da noite!

Apesar de a degustação ter contemplado excelentes vinhos (ver lista abaixo) de diferentes castas e procedências, vou destacar apenas dois aqui no post: um Syrah e um Shiraz. O Hermitage M. de La Sizeranne 2011, 100% feito com Syrah, que mostrou-se sedutor já na cor, com um rubi intenso e brilhoso. E que,  bem complexo no nariz,  foi capaz de revelar instigantes surpresas aromáticas após respirar na taça por alguns segundos. Sem dúvidas, um vinho de uma elegância ímpar e de persistência marcante, desses que, infelizmente, a gente não tem a oportunidade de apreciar todos os dias. Um excelente Hermitage que me fisgou e convenceu com seu equilíbrio, personalidade e suas frutas negras, taninos educados, toques de especiarias e pimentas. O melhor da noite para mim. US$255,90.

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Domaine Tournon Mathilda Shiraz 2012 – estilo Velho Mundo

Já o Shiraz Domaine Tournon Mathilda 2012, produzido em Victoria na Austrália, mereceu destaque por ir na contramão dos Shiraz australianos. A maturação feita em tanques de concreto e longe da madeira resultou em um vinho repleto de frutas intensas e frescor e, sobretudo, com excelente custoxbenefício: US$39,90. (Aproveito para esclarecer uma questão que gerou um debate interessante durante o evento.  Shiraz e Syrah são, na verdade, a mesma uva, mas o termo Shiraz originário da Austrália indica vinhos mais exuberantes, frutados, com mais corpo, notas de couro, chocolate e álcool. Por sua vez, o termo Syrah, que teve origem na França, indica normalmente que o vinho é  mais elegante, apimentado e mineral. As diferenças são decorrentes dos terroirs e dos processos de vinificação distintos. No Chile e na Argentina tem sido comum a utilização de ambos os termos para caracterizar o respectivo estilo do vinho.

Vinhos Degustados

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Ao centro, o diretor de exportação da Chapoutier, Antonin Bonnet. ladeado por mim e por João Batista, gerente da Importadora Mistral em Brasília

O diretor de exportação da vinícola Antonin Bonnet veio ao Brasil exclusivamente para realizar a apresentação dos vinhos da vinícola. A ordem de degustação pode ser conferida abaixo. Os vinhos podem ser adquiridos no site da Mistral.

1) Côtes du Rhône Belleruche Blanc 2013 (US$33,90)

2) Schieferkopf Gewurztraminer 2012 (U$67,50)

3) Marius Rosé 2014 (U$23,90)

4) Domaine Tournon Mathilda Shiraz 2012 (U$39,90)

5) Bila-Haut Côtes du Roussillon Villages Occultum Lapidem 2013 (U$52,90)

6) Pinteivera Touriga Nacional (US$76,50)

7) Crozes-Hermitage Les Varonniers 2012 (US$135,00)

8) Châteuneuf-du-pape Croix de Bois 2009 (US$237,00)

9) Hermitage M. de La Sizeranne 2011 (US$255,90)

10) Banylus Rouge 2011 (US$57,90).

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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