Sabrage: saiba mais sobre essa técnica especial de abrir espumantes

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Sabrage: a técnica ganhou este nome em razão da espada utilizada para o champanhe, o sabre.

Já ouviu falar em Sabrage? Pois é, essa é uma técnica francesa muito interessante de abrir espumantes que ganhou este nome em razão da espada utilizada, o sabre. Segundo dados históricos, o método data do século XVIII e era muito utilizado por Napoleão Bonaparte ao final das suas batalhas, quando na companhia de soldados abria uma garrafa de champanhe e dizia: “Merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”. De lá pra cá muita coisa mudou, obviamente, mas a sabrage (em francês) ou sabragem (em português) por ser uma técnica que ainda encanta a muitos, insiste em permanecer, principalmente em eventos comemorativos, como as festas de final de ano.

Durante festa de Confraternização de Final de Ano, aprendemos a sabrar
Durante festa de Confraternização de Final de Ano na casa da professora de Enogastronomia Rachel Alves, aprendemos a sabrar com sabre de sommelier.

Aula de Sabragem – Durante a confraternização de uma das confrarias que participo, a professora Rachel Alves, que é também presidente da Confraria das Amigas do Vinho do DF, ensinou para os confrades a técnica da sabragem. Utilizamos um sabre específico para sommelier, que  é vendido em lojas de artigos para o lar ou em  lojas de vinhos. Apesar de ser uma arma, ela não está afiada em nenhum dos lados.  O sabre que usamos tinha cerca de trinta centímetros e se parecia com uma faca longa. 

O sabre utilizado foi o de sommelier, da professora Rachel Alves, é cego e tem cerca de 30cm
O sabre utilizado foi o específico de sommelier: cego dos dois lados e com cerca de 30cm

Passo a passo –  O processo da sabragem funciona assim: primeiro é necessário que o espumante esteja bem gelado, depois é importante remover toda a cápsula (objeto de plástico, ligas metálicas ou estanho que cobre o gargalo) e a gaiola  (arame) do produto. Em seguida, é necessário encontrar a emenda de vidro das duas metades que formam a garrafa, o que pode ser feito com tato ou a olho nu. O sabre deve acompanhar a emenda e percorrer o pescoço da garrafa para se chocar de forma brusca contra a base do gargalo e a pressão interna, de seis atmosferas, vai se encarregar de expelir a parte superior do líquido para longe. O mais legal do processo é que depois de tudo não há risco de beber o conteúdo da garrafa, pois não ficam sobrando caquinhos de vidro.

Resolvemos tentar. Veja:

Sabragem com taça – A Alessandra Alves, filha da Rachel, mostrou que filha de peixe, peixinha é, e  surpreendeu todo mundo mostrando que a técnica também pode ser feita utilizando o pé circular de uma simples taça. Confira:

Uma rolha depois da sabragem bem feita: não sobram caquinhos de vidro
Uma rolha depois da sabragem bem feita: não sobram caquinhos de vidro

Atenção para os perigos!!! – Apesar de interessante, eu considero este método bastante perigoso e não aconselho ninguém a fazer isso sem o auxílio de outra pessoa com bastante experiência na técnica. É  bom sempre lembrar que a garrafa de espumante é feita de vidro e tem uma pressão interna de 6 atms, podendo explodir na mão, causando profundo cortes. Lembre-se que o espumante deve estar sempre gelado também. Além disso, é aconselhável fazer a sabrage em ambientes abertos para evitar que o afiado gargalo de vidro da garrafa machuque alguém. O método é muito bacana e bonito de ser visto, mas deve ser realizado com auxílio ou por quem realmente entende do assunto para evitar problemas.

É bom seguir os passos acima, para evitar problemas na hora de sabrar.
É bom seguir os passos acima, para evitar problemas na hora de sabrar.

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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