A maneira como ocorre a vedação dos vinhos reflete diretamente a proposta do drinque. Em vinhos que passarão por envelhecimento longo em garrafa, a cortiça natural maciça possui um papel de micro-oxigenação, graças ao fato de ser porosa e flexível, o que favorece o amadurecimento e evolução saudável da bebida depois de engarrafada. Em casos como esse, as garrafas precisam ser armazenadas na horizontal – para que o líquido fique em contato com rolha e, assim, evitemos que ela resseque e esfarele. Outro cuidado é que o rótulo seja mantido em local livre de odores e com baixa umidade. São vinhos normalmente do Velho Mundo e com preço elevado. É estimado que em até 4% dos vinhos fechados com cortiça há TCA (tricloroanisol), composto que surge pela presença de fungos, e que gera a doença da rolha ou bouchonné.
Enquanto rolhas de cortiça são ideais para vinhos sem muito potencial de guarda, o mesmo não se aplica quando o vinho é aquele do dia-a-dia, que sai da vinícola pronto para ser saboreado. Elaboradas a partir de derivados de petróleo, borracha ou cana-de-açúcar, as rolhas sintéticas são mais baratas e não costumam apresentar problemas com fungos.
Ainda existem as roscas de metal, tipo criado na década de 60. Elas são baratas, recicláveis e vedam perfeitamente a garrafa, permitindo trocas ínfimas de oxigênio com o ambiente e desacelerando a evolução do vinho. Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Chile e África do Sul estão entre os lugares que adotaram amplamente esse tipo mais moderno de vedação.
É possível encontrar, numa mesma vinícola, linhas com diferentes tipos de vedantes. O que vai definir a escolha do tipo de tampa será o estilo da bebida e o mercado-alvo ao qual aquele vinho, em especial, se destina. Nesse caso, cabe ao consumidor decidir se prefere uma experiência mais prática ou tradicional na hora de consumir os vinhos.
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