Vinhos do Sul de Minas agora tem IG

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A região do Sul de Minas, berço da técnica da Dupla Poda, acaba de se firmar ainda mais no cenário vitivinícola brasileiro com o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) “Vinhos de Inverno”. Com essa concessão, o Brasil passa a contar com 13 indicações geográficas para seus vinhos, reforçando a diversidade e a qualidade da produção nacional. O reconhecimento foi feito pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade industrial no dia de hoje, 11 de fevereiro.

Vinícola do sul de Minas que faz uso da técnica da dupla poda (FOTO: Samantha Mapa / Epamig / Divulgação)
Vinícola do sul de Minas que faz uso da técnica da dupla poda (FOTO: Samantha Mapa / Epamig / Divulgação)

A Indicação Geográfica do Sul de Minas

Os vinhos de inverno do Sul de Minas são elaborados exclusivamente com uvas cultivadas dentro da área geográfica delimitada, reforçando a autenticidade e qualidade do produto. Com uma crescente projeção no mercado nacional e internacional, esses vinhos destacam-se pela excelência e pelas condições climáticas diferenciadas da região.

Situada em uma área intertropical e predominantemente coberta pelo bioma Cerrado, a viticultura no Sul de Minas adapta-se ao clima caracterizado por verões chuvosos e invernos secos. Esse diferencial permite que a colheita seja realizada no período de estiagem, garantindo uvas de qualidade superior.

Os vinhos que ostentarem o selo da I.P. Sul de Minas – Vinhos de Inverno devem ser produzidos dentro da área geográfica delimitada, que abrange um território descontínuo de 4.239,6 km², com altitude mínima de 800 metros, englobando os municípios de São João da Mata, Cordislândia, São Gonçalo do Sapucaí, Três Corações, Três Pontas, Campos Gerais, Boa Esperança, Bom Sucesso, Ibituruna e Ijaci.

As variedades autorizadas para a produção de vinhos tintos e rosés incluem Syrah, Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Marselan, Tempranillo, Petit Verdot, Pinot Noir e Grenache, enquanto os brancos podem ser elaborados a partir de Sauvignon Blanc, Viognier, Marsanne e Chardonnay. O Conselho Regulador poderá aprovar o uso de outras variedades, desde que contribuam para o aprimoramento qualitativo da vitivinicultura na região.

Dupla Poda

Método de produção e colheita

O cultivo na região é conduzido, principalmente, pelo método de inversão do ciclo da videira, conhecido como “dupla poda”. Essa técnica, que se mostrou altamente eficiente para variedades tintas e brancas de Vitis vinifera, consiste na realização de duas podas anuais – uma no inverno (agosto) e outra no verão (janeiro). Esse manejo direciona o ciclo produtivo para que a maturação das uvas ocorra durante o outono e inverno, época em que as condições climáticas favorecem a obtenção de frutos mais concentrados e equilibrados.

Essa adaptação tem garantido vinhedos produtivos e vinhos de alta qualidade, que vêm conquistando reconhecimento tanto entre consumidores quanto em concursos internacionais.

Premiações e reconhecimento internacional

Os vinhos do Sul de Minas já demonstraram sua excelência em competições de renome. No Decanter World Wine Awards 2017, rótulos da região foram premiados com medalhas de prata e bronze. Além disso, a qualidade dos vinhos mineiros foi destacada com a conquista do primeiro lugar na Vini Bra Expo 2017 e no Brazil Wine Challenge 2018.

Esses reconhecimentos impulsionaram não apenas a reputação dos vinhos da região, mas também suas exportações, ampliando a presença dos rótulos mineiros no mercado global. A crescente notoriedade da produção vitivinícola do Sul de Minas também tem sido reforçada por publicações especializadas e estudos acadêmicos que comprovam o sucesso da adaptação de cultivares Vitis vinifera tintas e brancas na região.

Com a oficialização da Indicação Geográfica, os vinhos de inverno do Sul de Minas reafirmam sua posição no cenário enológico brasileiro, consolidando-se como referência de qualidade e inovação.

A nova IG abrange áreas específicas do Sul de Minas, destacando-se pelo cultivo de variedades adaptadas ao sistema da Dupla Poda, que permite a colheita de uvas no inverno, garantindo maior concentração de aromas e sabores nos vinhos. Esse método inovador tem impulsionado a produção de rótulos sofisticados, elevando o reconhecimento da região no mercado.

Leia também: Lembranças com o Cabernet Duckhorn Vineyards

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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