Vamos às conclusões:
2002: uma grata surpresa para todos os degustadores. Com suas nuances granada, o vinho indicava certa maturidade, mas mostrou-se extremante vivo no aroma e na boca, contrariando a previsão de alguns que achavam que o vinho, com 12 anos, já tivesse ultrapassado seu auge. Frutas negras e toques de madeira foram percebidos por todos. Alguns notaram também algumas nuances herbáceas. Taninos e acidez ainda presentes e com final de boca prolongado. 12,5% de álcool. Creio que bebemos o vinho no momento correto, quem tiver a bebida em casa sugiro que abra-a e aprecie-a para aproveitar todo seu potencial.
2005: Mudança radical no estilo quando comparado ao vinho de 2002 – talvez por interferência do polêmico enólogo Michel Rolland, contratado pelo Miolo para adequar os vinhos da vinícola a um padrão internacional de qualidade. A bebida de cor rubi intensa apresentou notas de frutas negras com toques amadeirados. Também notei toques de caramelo, mas nada enjoativo. Intenso no nariz e com ótima persistência em boca. Teor alcoólico: 14%.
2008: Vinho com taninos firmes e boa acidez seguindo a linha do 2005. Aromas de frutas negras maduras, madeira e ervas. Apesar de ser um bom vinho, não surpreendeu como os anteriores. Acredito que mereça evoluir mais uns três anos para ser apreciado devidamente. Teor alcoólico: 14%
2011: Vinho ainda muito fechado, embora com estrutura e persistência em boca. Frutas negras e toques de café e baunilha, provenientes da barrica. A cor ainda violácea denota que a bebida pode aguardar, no mínimo, mais seis anos para ser consumida em seu melhor estágio. Teor alcoólico: 14%.
Ao final, o eleito como o melhor da degustação foi o Lote 43 da safra 2002. Eu, particularmente, fui voto vencido, pois preferi o da safra 2005 por considerá-lo mais aromático e com acidez mais pronunciada. No entanto, e de forma unânime, todos os participantes da degustação concluíram que o Lote 43 é realmente um vinho que auxilia o país na consolidação da imagem de bom produtor de vinhos e faz bonito em qualquer degustação seja horizontal (vinhos de rótulos diferentes e mesma safra), vertical, ou às cegas (quando se bebe o vinho sem ver o rótulo).
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