No dia 7 de agosto, participei do Vin Première, evento promovido pelas marcas Casa Valduga, Domno Importadora, Ponto Nero, Casa Madeira, Cervejaria Leopoldina e Vinotage, pertencentes ao Grupo Famiglia Valduga.
Durante o evento, que ocorreu no Hotel Brasília Palace, foi possível degustar diversos rótulos de vinhos da Famiglia Valduga e também vinhos de outros países, importados pela Domno, como Chile (Casas del Bosque, Maquis e Yali), Uruguai (Bracco Bosca), Nova Zelândia (Yealands), Portugal (Enoport), Itália (Bellavista e Monte del Fra), França (Cattier), dentre outros.
Além dos vinhos, os convidados tiveram acesso a um bem elaborado buffet de frios e também puderam experimentar os sucos da Casa Madeira (todos sem adição de conservantes, açúcar e água) geleias, cremes de balsâmico, antepastos, chás gelados e molhos de pimenta. Já a Cervejaria Leopoldina apresentou suas cervejas especiais, que também puderam ser degustadas durante o evento. Por fim, a Vinotage exibiu sua linha de cosméticos feitos à base de óleo extraído da semente da uva e seus derivados.
Voltando aos vinhos, vou indicar os que mais me chamaram atenção. Começando pelos espumantes. Gostei de todos! 😊
Confesso que fiquei encantada com os Franciacortas e os Champagnes. A linha toda, tanto do Franciacorta Bellavista, quanto do Champagne Cattier estava incrível
Sobre o espumante Bellavista Franciacorta Alma Gran Cuvée, elaborado com Chardonnay e Pinot Noir: taí um espumante que vale muito a pena! Acidez alta, boa persistência, ótima complexidade e intensidade aromática! Super cremoso! Amei! Pena que o preço é um pouco salgado… 🙁 Em média custa aqui no Brasil R$480,00.
Como nem todo mundo conhece, vou falar um pouco desse espumante italiano. A história do Franciacorta teve início em 1961, quando o primeiro espumante feito pelo método tradicional (o mesmo da elaboração do Champange) foi produzido na região da Lombardia pela vinícola de Guido Berlucchi.
Em 1995, Franciacorta foi elevado ao status de DOCG. As principais castas utilizadas na produção desse espumante são a Chardonnay, Pinot Blanc e Pinot Noir, que devem permanecer em contato com as lias por pelo menos 18 meses ou 30 meses nos casos de produção do millesimatto. Esse link tem ótimas informações para quem quiser saber mais: http://www.franciacorta.net .
Agora sobre os Champagnes, da Família Cattier – todos estavam maravilhosos – mas eu me encantei mesmo foi com o Quartz!
Sua complexidade e intensidade aromática me chamaram atenção! Perlage persistente! Apresentou notas de evolução. Muitas frutas tropicais, mel, panificação! Alta acidez e persistência! Muito intenso e complexo! A casta Pinot Meunier é responsável por 50% do corte, sendo acompanhado por 30% de Pinot Noir e 20% de Chardonnay, ou seja, um blend das três castas permitidas para produzir o champagne. Custa em média:R$372,00.
O outro espumante que eu adorei foi o Cattier Antique Premier Cru Brut Rosé! Olha que cor linda! Perlage fino e persistente! Aromas intensos de frutas vermelhas e panificação. Acidez média alta e alta persistência. Muito delicado! Elaborado com Chardonnay 10,0%, Pinot Noir 50,0% e Pinot Meunier 40,0%. Preço: R$410,00.
Só uma informação interessante, a família Cattier cultiva suas vinhas em Chigny Les Roses, uma pequena aldeia em Montagne de Reims e é responsável pela elaboração do famoso Champagne Armand de Brignac.
E agora os brancos! Adorei a Falanghina da Feudi di San Gregorio 2016, um super produtor da região de Campania da Itália. Vinho muito fresco, com aromas frutados e delicados e com um toque mineral exuberante. Ótimo para o calor de Brasília! Custa por volta de R$156,00.
O neozelandês Sauvignon Blanc Clearwater Cove 2017 foi um vinho branco que me surpreendeu por sua alta acidez, frescor e explosão de aromas! No nariz, o herbáceo sobressaiu, mas foi possível sentir maracujá e toranja! Mostrou-se bastante crocante (efeito “crisp”) na boca. Estava uma delícia! O preço dele é excelente: R$90,00 em média.
Agora vamos para os tintos. Para mim, um dos melhores da noite foi o Don Tommaso Chianti Clássico DOCG 2008. Muito estruturado, boa acidez e seus taninos são marcantes e macios. Em nariz, já apresenta algumas notas terciárias, como um leve balsâmico e folhas secas. No entanto, ainda é possível perceber frutas negras. Boa persistência. Elaborado com 80% Sangiovese e 20% Merlot, com estágio de 15 meses barricas de carvalho, sendo 70% novas e 30% de segundo uso. Custa por volta de R$480,00.
Também gostei muito do Rosso dei Notri 2015, IGT Toscana, do pequeno produtor Tua Rita, reconhecido pelo seu modelo de “vin de garage”. É um produtor muito reconhecido tendo em vista as diversas pontuações e premiações alcançadas com seus vinhos, principalmente seu vinho Redigaffi, cuja safra 2000 recebeu 100 pontos do crítico Robert Parker. Li em alguns lugares, que seus vinhos já adquiriram status de cult.
Vinho elegante e equilibrado. Apresentou boa estrutura, com acidez e taninos na medida. Gostei da sua complexidade aromática e final persistente. Elaborado com as castas: Merlot (16,6%), Cabernet Sauvignon (16,7%) Sangiovese (50,0%) e Syrah (16,7%). Preço: 175,00.
Vale ressaltar que o vinho Giusto di Notri 2014, do mesmo produtor, também estava disponível para degustação. Ele custa aqui no Brasil cerca de R$690,00. É caro, mas é um vinho incrível, de uma linha acima do Rosso dei Notri. Elaborado com Cabernet Franc (10,0%), Merlot (10,0%) e Cabernet Sauvignon (80,0%). No entanto, achei que ele ainda merece algum tempo de garrafa para alcançar seu auge, apesar de já ser possível perceber o potencial desse vinho. É considerado o vinho assinatura dessa vinícola!
O último destaque tinto foi o Amarone della Valpolicella DOC Lena Di Mezzo, 2007. Elaborado com as castas Corvina 40%, Corvinone 40% e Rondinella 20%. Ótima estrutura! Apresentou boa intensidade e complexidade aromática, como figos, frutas passas, chocolate, tabaco, café. Os taninos são muito macios e a acidez, média. O final mostrou-se persistente e agradável. Custa em média R$400,00.
Terminei a degustação feliz da vida com os Portos! Meu preferido foi Tawny Kopke 20 anos! Que maravilhoso! Aromas de castanhas, frutas secas, boa acidez, final longo! Fechei com chave de ouro!
Texto: Bianca Dumas, do instagram @vinhobonzao.
Clique aqui para ver mais fotos do evento. Fotografias: Guilherme Penchel. Edição: Cláudio Cabrito