O mês de março trouxe uma boa notícia para os adeptos dos chamados “vinhos naturais”. O governo da França reconheceu oficialmente a bebida. Assim, com a chancela formal de um dos países que mais se dedicam à vinicultura, o prestígio dos naturais só tende a aumentar.
A chancela governamental aconteceu após dez anos de atuação conjunta de diversas frentes interessadas no assunto. O Ministério da Agricultura da França trabalhou nesse longo período associado ao Instituto de Apelações de Origem (INAO), ao Escritório de Controle de Fraudes do país e à União de Vinhos Naturais. Esta última entidade começou a funcionar há pouco tempo. A partir do esforço coletivo, foi criada também uma lista de critérios e um protocolo de exigências para a nova designação ser aceita.
Vinhos naturais e a nomenclatura
Como os órgãos de regulação da Europa vetam a denominação “vinho natural” a fim de evitar estigmas, o termo classificador escolhido para a categoria foi Vin Méthode Nature (Vinho de Método Natural, em tradução livre do francês).
“Os primeiros vinhos com essa designação foram produzidos no ano passado por vinicultores que concordaram em cumprir os requisitos estabelecidos antes da colheita”, declarou Sebastien David, um dos fundadores da novo entidade comercial, ao site “Winebusiness”. O polo está sediado no Vale do Loire, região famosa pelos belos castelos e paisagens e onde encontra-se a rota dos vinhos orgâncicos na França.
Vinícola de Bourdeaux se destaca na produção de excelentes vinhos naturais
Os critérios para reconhecimento
Para obter o reconhecimento de “Vinho de Método Natural” na França, a produção deve respeitar um punhado de critérios. Em primeiro lugar, as uvas devem ser colhidas a mão e os vinhedos devem estar certificados como orgânicos. Além disso, há outras três importantes exigências:
- As leveduras, que promovem a fermentação da bebida, devem ser nativas;
- Os conservantes (sulfitos) não podem ultrapassar a quantidade de 30 mg/l;
- Não podem ser adotadas técnicas tidas como agressivas, ou brutais, como a pasteurização instantânea e a osmose reversa.
Por fim, foram criados dois logotipos em preto e branco indicativos da concepção orgânica (veja acima). Eles apontam se o vinho contém ou não sulfitos (lembrando que a concentração máxima permitida é de 30mg/l). Segundo as projeções locais, serão lançados no mínimo mil hectolitros da bebida vin méthode naturel nos próximos meses. São mais de cem as marcas habilitadas para essa produção.
Assim como acontece com outros produtos definidos como naturais, os vinhos orgânicos estão em ascensão no mercado. Primordialmente, conceito de sustentabilidade ambiental e a restrição a compostos químicos são fatores-guias na produção.
E você, já provou um “vinho natural”? Divida conosco a experiência!