De acordo com dados da empresa de auditoria Ideal Consulting, e divulgados pelo Consevitis-RS, neste ano as exportações de vinhos e espumantes nacionais deram um salto de 62% em relação a 2020. O país vendeu 690,4 mil caixas de nove litros de vinhos e espumantes entre janeiro e setembro de 2021. Vinhos e espumantes rosé viraram queridinhos do consumidor no mercado interno.
Reflexo desse aumento, a vinícola Salton, por exemplo, espera fechar 2021 com R$ 16,5 milhões exportados, aumento de 50% na comparação com 2020. Segundo o presidente da vinícola, Maurício Salton, esses números mostram que o espumante brasileiro está se consolidando internacionalmente. Ele também atribui o resultado favorável com a alta do dólar, pois isso fez o importador comprar mais produtos brasileiros com a mesma quantidade de dólar.
No mercado interno, as vendas de vinho também cresceram. Foram 492,5 milhões de litros comercializados, uma alta de 2% entre outubro de 2020 e setembro de 2021, na comparação com o mesmo período de 2019 e 2020. A OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) afirma que a alta foi de 18,4% no ano passado. De acordo com representantes do setor, os números apontam que o aumento no consumo de vinho registrado em 2020 veio com tudo.
O que também impulsionou as vendas, de acordo com o diretor comercial da vinícola Miolo, Alexandre Miolo, é o fato dos consumidores que já bebiam vinho passarem a conhecer melhor os rótulos nacionais, e que a expectativa é crescer mais com a entrada de novos consumidores no mercado.
Segundo as vinícolas, consumidores novos do mercado interno estão se interessando mais por bebidas rosé. Rafael Conceição, gerente de marketing do Consevitis-RS, afirma que esse tipo de bebida “entrou na moda” por ser “despretensiosa, mais leve e divertida”, que são aspectos convidativos para quem está entrando no setor. De acordo com o presidente da cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló, 50% do que ele vende de espumantes já é rosé.
Tradicionalmente, os espumantes eram consumidos apenas em eventos festivos, mas no ano passado, mesmo com o cancelamento de eventos, a vinícola Garibaldi vendeu 12% a mais do que em 2019, e para 2021 a previsão é de alta de 30% nas vendas, é o que afirma Oscar Ló. A Garibaldi tem 80 itens, entre vinhos, espumantes e sucos. Os espumantes respondem por 40% do faturamento. Com 70% do total, os do tipo brut são os mais vendidos.
A vinícola Aurora também mostrou bons resultados durante a pandemia. Em 2020, o volume comercializado cresceu 26% na comparação com o ano anterior, o que levou a um faturamento R$ 150 milhões mais alto. Mas, segundo Hermínio Ficagna, diretor superintendente da vinícola, os resultados não vão ser ainda melhores por conta da falta de garrafa, deixando entre oito e dez milhões de litros de vinhos que não chegarão ao mercado, e esse cenário deve persistir no ano que vem e até em 2023. Por causa disso, as empresas estão pensando em alternativas, como comercializar as bebidas em latas.
Em 2020 e 2021, as restrições de circulação causadas pela pandemia aumentaram as vendas online. Eduardo Souza, co-CEO da Evino, afirma que o faturamento subiu 62% em 2020, e que espera fechar 2021 com um resultado muito parecido, com uma queda de apenas 4%. O faturamento menos expressivo se dá por conta da diminuição nas restrições de circulação causadas pela pandemia, já que as pessoas voltaram a frequentar bares e restaurantes, e, por isso, a tendência é de que 2022 seja um “ano desafiador para o e-commerce”, como diz Eduardo Souza. Como forma de continuar crescendo, a Evino tem investido em novas ideais. Em outubro, a empresa comprou a Grand Cru, que atua como importadora e loja de vinhos. O e-commerce também passou a vender como massas secas, queijos e chocolates, produtos usados para harmonizar com os vinhos.
Site de referência para a matéria: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/12/25/vinho-espumantes-crescimento-vendas.htm
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