Olá! Hoje vou falar com vocês sobre a Carménère. A Carménère no início do século XVIII desfrutava de grande reputação e estava sempre presente nos melhores cortes de Bordeaux, de onde é originária. Tendo em vista os danosos efeitos da praga da filoxera, a Carménère praticamente desapareceu da França. Considerada extinta por séculos, reapareceu de forma acidental em 1994 no Chile, onde estava sendo confundida com a uva Merlot. A partir daí, a Carménère passou a ser a marca registrada da vitivinicultura chilena. Esta variedade regional produz vinhos encorpados e de bom volume alcoólico, apresenta boa estrutura e taninos mais suaves que a Cabernet Sauvignon. Possui muitos aromas herbáceos, especialmente de pimentão verde.
Curiosidade
É comum encontrar nomes diferentes para a mesma uva, até dentro de um mesmo país. Na verdade, podem se tratar de apelidos. O grande problema acontece quando os vinicultores começam a chamar uma casta pelo nome de outra por acharem realmente se tratarem ser a “outra” uva. (Neste caso, entra a figura do ampelógrafo – botânico especializado em examinar as videiras para identificá-las e classificá-las). No Chile, por exemplo, grande parte do que os produtores acharam ser Merlot era, na verdade, Carménère. Na Califórnia, descobriu-se que algumas das chamadas Pinot Blanc eram Melon de Bourgogne. Leia o livro Vines, Grapes and Wines (Videiras, Uvas e Vinhos) de Jancis Robinson e saiba mais interessantes estórias sobre o assunto.