Tive a oportunidade de participar de uma degustação única de vinhos da Alsácia promovida pela importadora brasiliense Del Maipo Wines. Foram 13 rótulos distintos do produtor Rolly Gassmann – sem dúvidas, a maior degustação de vinhos da Alsácia promovida no Distrito Federal até hoje. Entrou para história tanto pelo ineditismo do evento como pela qualidade dos vinhos – elegantes, intensos, minerais, aromáticos e marcados por um residual de açúcar muito bem alinhado com a rica acidez. A apresentação dos vinhos foi conduzida pelo sommelier da Del Maipo, Eugenio Cue.
A vinícola Rolly Gassmann é de uma família da Alsácia que produz vinhos desde 1611. São 51 hectares de vinhedos distribuídos em 21 tipos de solos diferentes – o que torna seus vinhos ainda mais especiais. No local, a agricultura segue, de modo geral, os preceitos biodinâmicos e observam os ritmos cósmicos (conjunções astrais e oposições planetárias, por exemplo). Além disso, também utilizam infusões de ervas para intervir da forma mais natural possível contra as agressões externas – um verdadeiro respeito à natureza e à uva, que refletem diretamente na qualidade do produto final – o vinho.
A Rolly Gassmann hoje produz mais de 40 rótulos e a Del Maipo selecionou 13 deles (10 brancos, 1 tinto e dois de sobremesa) para vender no Brasil. Vale lembrar que 90% da produção da Alsácia é de brancos e que 75% do que lá é feito é consumido na própria França. Apenas 25% dos vinhos são exportados.
Todos esses vinhos trazidos para cá pela Del Maipo são classificados como meio-secos ou doces pela legislação brasileira. É necessário lembrar que a Alsácia é privilegiada quando o assunto é sol. São mais de 1800 horas por ano, isso sem falar que é um local seco. Além disso, o aquecimento global tem propiciado uvas mais maduras com residual de açúcar mais elevado e muitos produtores alsacianos estão produzindo vinhos com essa característica de forma proposital.
Ao todo foram degustados 10 vinhos brancos meio-secos com as principais castas da Alsácia – Riesling, Pinot Blanc, Gewurztraminer, Pinot Gris, Sylvaner e também com a Auxerrois Blanc de safras variadas – de 2003 a 2019, além de um Pinot Noir tinto
Também foram apreciados dois brancos doces Vendages Tardives (colheita tardia). Esses dois últimos, de vinhedos especiais, estavam simplesmente espetaculares de tão complexos, vibrantes, intensos e diferenciados (eu sou suspeita pra falar de vinho de sobremesa porque sou apaixonada por esse estilo, mas, realmente, os dois exemplares degustados, ambos com mais de 20 anos – um Pinot Gris 1996 e um Riesling 2000 – estavam maravilhosos com ótima complexidade, competindo de igual pra igual com muitos vinhos de sobremesa renomados).
Os vinhos da Alsácia ainda são pouco conhecidos no Brasil, mas quem entende um pouco de vinho sabe o quanto grande parte deles é instigante tanto pela acidez como pelo dulçor. Infelizmente, os preços desses vinhos também não são muito acessíveis por aqui, o que acaba dificultando o acesso a eles. No entanto, o sommelier Eugenio Cue garantiu que os vinhos da Alsácia trazidos pela Del Maipo para o Brasil serão um dos mais em conta do mercado. Vamos aguardar! Se você ficou curioso para degustá-los, em breve esses vinhos serão comercializados nas boas lojas de vinho e restaurantes espalhados por todo o Brasil.
Para saber mais @delmaipowines
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