No último dia 14 de outubro aconteceu mais uma edição do Winebar – um projeto que mescla degustação real de vinhos com debates virtuais pela internet mediado por Daniel Perches ( Vinhos de Corte) e dirigido por Alexandre Frias (Diário de Baco). Desta vez, os vinhos degustados e avaliados foram três lançamentos da Salton e todos foram apresentados pelo próprio enólogo-chefe da vinícola Lucindo Copat (assista aqui): o espumante rosé Salton Poética, o branco Salton Paradoxo Gewurztraminer e o tinto Salton Intenso Marselan e Teroldego.
Sobre os vinhos – O primeiro que degustei foi o espumante Salton Poética Rosé. Sem dúvidas, um espumante que apresenta um excelente custoxbenefício (é vendido em lojas e supermercados por volta de R$32). Ele já encanta pela cor: um salmão bem suave e de boa transparência, proveniente do corte da tinta Pinot Noir (80%) com a branca Chardonnay (20%). A perlage (borbulhas) é fina e intensa. No nariz e na boca mostrou frutas vermelhas e um toque suave de brioche (decorrente do contato com as leveduras após a fermentação, mesmo se tratando de um exemplar produzido pelo método charmat), também apresentou-se muito fresco no paladar e com um final levemente adocicado, apesar de ser um espumante Brut. Resultado: aprovadíssimo com mérito!
O segundo a ser degustado foi o branco Salton Paradoxo Gewurztraminer. Essa uva é muito pouco conhecida no Brasil, mas é muito difundida na Alsácia (França) e na Alemanha. Pra mim foi uma grata surpresa experimentar esse Gewuztraminer brasileiro e verificar que a Salton acertou em cheio em sua produção. Apresentou-se extremamente aromático no nariz – com notas florais (jasmim) e de frutas ( principalmente lichia e abacaxi), o que se repetiu na boca acrescido de agradáveis toques de especiarias (principalmente pimenta branca). O melhor desse vinho é o preço – é vendido por cerca de R$31 – uma pechincha se tivermos em conta que os mais baratos Gewurztraminers alemães e alsacianos encontrados por aqui giram em torno de R$100 e mesmo alguns do Chile são encontrados por R$70, pois a uva Gewurztraminer é delicada e de pouco rendimento. Super recomendo esse vinho, principalmente, para acompanhar comidas asiáticas, ou feitas à base de especiarias.
O terceiro e último a ser degustado foi o tinto Salton Intenso das uvas Marselan e Teroldego. A Salton fez esse vinho das pouco conhecidas Marselan (cruzamento de Cabernet Sauvignon e Grenache) e Teroldego. Fiquei entusiasmada em experimentá-lo, mas confesso que esperava mais desse corte. Achei que o resultado final do vinho ficou devendo em taninos (bastante presentes na Teroldego e que poderiam ter sido mais evidenciados) e sobrando em acidez. No entanto, elogio a iniciativa da Salton em arriscar-se a produzir esse vinho de uvas tão pouco conhecidas, de forma a expandir cada vez mais as opções do mercado de vinho nacional. Quem quiser conhecer o produto, ele está sendo vendido em lojas e mercados a R$32. Vale depois, postar o comentário aqui. Tenho muito interesse em ouvir outras opiniões sobre esse vinho.
Sobre a Vinícola Salton – A história da Vinícola Salton teve início em 1910 quando começou a ser construída com o nome “Paulo Salton e Irmãos” em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com a cultura de uvas e elaboração de vinhos, espumantes e vermutes. Um século depois, a Salton é reconhecida como uma das principais vinícolas do País. Na extensa lista de conquistas destes mais de 100 anos de história comemora o fato de ser familiar e 100% brasileira. Com a terceira geração à frente da empresa, tanto na Unidade em Bento Gonçalves quanto em São Paulo, já revela em seus quadros a quarta geração Salton. Atualmente a vinícola é liderada por Daniel Salton, neto do fundador da empresa.