Quinta Nova Grande Reserva e Mirabilis Grande Reserva tinto: emoção e ambição no Douro

“Chegamos a um patamar em que temos que desafiar nós mesmos”. Foram essas as palavras encontradas pela portuguesa Luísa Amorim, proprietária da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, para definir o trabalho de equipe desta importante vinícola do Douro para elaborar dois tintos tão excepcionais e, ao mesmo tempo, tão diferentes como o “Quinta Nova Grande Reserva” e o “Mirabilis Grande Reserva”.

Dois vinhos bem diferentes: um emoção e outra inspiração
Dois vinhos bem diferentes: um emoção e outra inspiração

Tive a oportunidade de experimentá-los durante jantar harmonizado realizado em Brasília pela empresa Due, no restaurante Dalí Camões, exclusivamente para jornalistas e formadores de opinião. A apresentação dos vinhos foi feita pela própria Luísa Amorim, integrante da quarta geração de uma família portuguesa que desde 1870 se dedica à paixão pela vinha e por vinhos. O projeto de vinificação de vinhos de excelência na região do Douro teve início em 1999 e é de Luísa a grande responsabilidade de gerenciá-lo.

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Juarez Fernandes (diretor comercial da Magnum Importadora), Franciele Pícolo e Rogério Santos (diretores da Due e representantes da Magnum em Bsb), Luisa Amorim (Quinta Nova do Carmo) e eu (Blog Vinho Tinto)

Quinta Nova Grande Reserva Tinto: um vinho de emoção –  “De emoção porque pretende traduzir de forma fiel os aromas do Douro e de suas vinhas”, explicou Luísa. Realmente é um vinho de caráter – intenso, excepcional e complexo. Além de muito persistente no nariz e em boca. Um Douro de qualidade com ótimo corpo, boa estrutura tânica, frutos bem maduros, notas de especiarias e aquele aroma típico a arbustos silvestres devido a alta presença da Touriga Nacional. A alta maturação das uvas desse vinho, que são plantadas em área de grande incidência solar e de grande amplitude térmica (que chega a alcançar 50 graus num único dia) faz com que o alto teor alcoólico da bebida (14,6%) não seja percebido. Ganhou 94 pontos de Robert Parker. No Brasil custa R$390.

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Vinho de caráter – intenso, excepcional e complexo. Além de muito persistente no nariz e em boca. Um Douro de qualidade com ótimo corpo

Mirabilis Grande Reserva Tinto: um vinho de ambição. De ambição porque foi elaborado para ultrapassar fronteiras.  “Queríamos um vinho oposto ao Quinta Nova Grande Reserva Tinto. Um vinho que não estivesse preso ao Douro”, explicou Luísa Amorim. E conseguiram. Com Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Franca fizeram um vinho sofisticado, elegante e concentrado.  Nele não há a Touriga Nacional e, por isso, se distancia (e muito) dos clássicos do Douro. De parecido com o anterior só o fato de ter tido também seleção manual de suas uvas e estagiado 18 meses (um mês a mais que o Quinta Nova) em barricas novas de carvalho francês.  Sem dúvida “algo maravilhoso”, como a tradução literal da palavra Mirabilis sugere.  Robert Parker deu a ele 95 pontos. No Brasil custa R$450.

Com Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Franca fizeram um vinho sofisticado, elegante e concentrado.  Nele não há a Touriga Nacional e, por isso, se distancia muito dos clássicos do Douro
Com Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Franca fizeram um vinho sofisticado, elegante e concentrado. Nele não há a Touriga Nacional e, por isso, se distancia muito dos clássicos do Douro

Destaques Brancos –   Vou destacar aqui, dois brancos que também me atraíram por suas peculiariades. O primeiro foi o Pomares Branco das portuguesíssimas castas Viosinho, Gouveio, Rabigato. Esse vinho é extremamente elegante e fresco e me chamou a atenção por lembrar muito um Sauvignon Blanc de acidez equilibrada. Apresentou notas herbáceas e aquele aroma típico de maracujá, mas sem enjoar. Ao relatar minha impressão a Luísa, ela me explicou que nenhuma das três castas utilizadas possuem características da Sauvignon Blanc, no entanto, revelou que quando se usa a Viosinho e a Rabigato no corte, as notas e os aromas herbáceos da Sauvignon aparecem…interassante, né?

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Nenhuma das três castas utilizadas nesse vinho possuem características da Sauvignon Blanc, no entanto, quando se usa a Viosinho e a Rabigato no Corte, as notas e aromas herbáceos da Sauvignon aparecem.

O Mirabilis Grande Reserva Branco é elaborado a partir da  Viosinho, Gouveio e de uvas de Vinhas muito velhas (80 anos). Merece destaque pela sua elegância e pelas notas minerais muito intensas (e que eu aprecio muito) devido à influência do solo granítico. Enfim, um branco frutado, fresco e mineral como os grandes ícones brancos da Borgonha. O preço é alto (R$225), mas alta também é a recompensa de experimentar um vinho como esse – intenso, complexo e extremamente persistente. Recebeu 92 pontos de Parker.

Enfim, um branco leve frutado, fresco e mineral como os grandes ícones brancos da Borgonha.
Um branco frutado, fresco e mineral como os grandes ícones brancos da Borgonha.

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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