Cursos de vinhos e leitura de livros específicos são ótimas maneiras de aprender sobre o “Maravilhoso Universo” desta bebida milenar, mas participar de eventos especiais de degustação, como a III edição do Decanter Wine Day, é, sem dúvida, a melhor maneira de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na teoria. Além, claro, excelente oportunidade de descobrir o nome de uvas e o sabor e o aroma de vinhos muitas vezes desconhecidos.
Durante esse evento, que aconteceu em Brasília, no dia 11 de setembro, as 280 pessoas que participaram tiveram a possibilidade de degustar mais de 120 rótulos provenientes de 17 países do Velho e do Novo Mundo. E o melhor de tudo é que ainda puderam trocar ideiais de vinhos com amigos, novos conhecidos, especialistas e, até mesmo, com um dos mais reconhecidos sommeliers da América Latina, Guilherme Corrêa, que estava presente no Decanter Wine Day, e de forma cordial conversava com todos os que lhe procuravam, para tirar dúvidas ou pedir conselhos.
Seguindo o sucesso do ano passado, a terceira edição do Decanter Wine Day foi realizada em espaço aberto no Quality Hotel. Apenas como exemplo, os presentes puderam apreciar reconhecidos vinhos da França, da Itália e do Chile, como o Malbec de Cahors Chateau Lagrézette 2004 (R$230,05) , o Barolo da Pio Cesare (R$544,65) e o Memorias 2011 (R$208), como também, se encantar com os rótulos poucos conhecidos no Brasil oriundos da Hungria, Áustria e Eslovênia, como o Villani Kékfranos 2004 (R$274,95), o Hiedler Riesling Steinhaus 2011 (R$201,70) e o Pinot Noir Selekcija 2011 (R$266,65). Com opção de harmonizar os vinhos com os queijos, frios e canapés finos dispostos em ilhas montadas em locais estratégicos.
Claro que 129 rótulos de 17 países é muita coisa para ser apreciada em quatro horas de evento. Impossível degustar tudo, mesmo tecnicamente, (isto é, cuspindo ao invés de engolir). Mas, o fato de a equipe da Enoteca Decanter de Brasília disponibilizar esse alto número de rótulos de maneira tão organizadoa para os consumidores apreciarem vinhos de diversos locais, merece elogios. Além disso, no local, todos os vinhosapresentados foram vendidos com 40% de desconto.
Em eventos dessa natureza, que reúne iniciantes e iniciados no assunto, sempre acontece de ter muitas opiniões variadas, até mesmo pela diversidade dos vinhos servidos, a procedência e o preço (os vinhos servidos variaram entre R$40 e R$810), então, para ter uma ideia dos mais procurados e consumidos durante o evento, a Decanter Brasília elaborou uma lista que chamou de Top Ten, divulgada poucos dias depois do Wine Day. Confira
- Elisabet Raventós 2005 – Espanha – (R$268)
- Bouza Albariño 2014 – Uruguai – (R$135,50)
- Hiedler Riesling Steinhaus 2011 – Áustria – (R$201,70)
- Luis Cañas Reserva 2010 – Espanha – (R$173,25)
- Quinta da Gaivosa Douro 2009 – Portugal – (R$316,60)
- Glen Carlou Gravel Quarry Cabernet Sauvignon 2008 – África do Sul – (274,95)
- Gere Cabernet Franc Selection Villány 2006 – Hungria – (R$333,30)
- Viña Alícia Brote Negro 2008 – Argentina – (325,15)
- El Principal 2011 – Chile – (407,70)
- Icono 2009 – Argentina – (R$622,05)
Bem, confesso que não experimentei todos os vinhos do evento (claro!) e nem da lista Top Ten. Mas, realmente concordo que o português Quinta da Gaivosa 2009 e o argentino da Luigi Bosca Icono 2009 são diferenciados. Tão especiais que foram alguns dos meus preferidos também na edição do ano passado (relembre aqui).
Mas, de toda forma, quero destacar alguns vinhos muito interessantes que tive a oportunidade de conhecer durante o evento. Veja:
Cava Manuel Raventós 2003 (garrafa magnum) – Espetáculo de cava. Elaborado na região da Cataluna, na Espanha, com uvas Parrellada e Xarel-lo de vinhas antigas. Frutas secas e brioche e final incrivelmente persistente e intenso. Também possui boa cremosidade. Por ser da Raventós, da safra de 2003 e de uma garrafa magnum, juro que não esperava menos. R$810
J 2011 (produzido pela José Maria da Fonseca no Alentejo) – Esse foi uma grande revelação, pelo menos dentre os que provei no evento. É um vinho bem diferenciado dos tradicionais alentejanos. Tem boa persistência, aromas e sabores de frutas negras, mas não excessivamente maduras, talvez pela mineralidade. É frutado, macio e elaborado procurando recriar o método ancestral de produção do vinho. Não é filtrado e parte dele é fermentado em ânforas de barro. R$296.
Kékfrankos Villany 2004 (Hungria) – Não conhecia a uva Kékfrankos e achei o Vinho bem interessante com aromas de chá, tabaco e especiarias. O bacana foi tê-lo experimentado em seu auge. Algo relevante é lembrar que a Hungria não deve ser reconhecida apenas por seus maravilhosos e inesquecíveis Tokaji. Penso que há muito o que se descobrir por lá.
Confira agora algumas fotos do evento e todas as outras no álbum do Facebook do Blog Vinho Tinto (Clique aqui).