Participei de uma degustação incrível de vinhos da Tapada dos Coelheiros, que fica no Alentejo. O evento foi promovido pela importadora Mistral em Brasília e teve a participação de Ricardo Marinho, o diretor de Exportação da vinícola.
A Herdade de Coelheiros é uma propriedade familiar que produz vinhos de qualidade no Alentejo desde 1991. Localizada na Igrejinha, concelho de Arraiolos, a vinícola partilha a filosofia da arte dos famosos tapetes artesanais – os arraiolos, feitos com precisão e de forma meticulosa. Para provar a interação, a Tapada dos Coelheiros traz em cada um de seus rótulos ilustrações desse bordado.
Degustei cinco vinhos, dois brancos e três tintos. Em comum, a elegância e a intensidade, ainda que elaborados com uvas e de maneiras bem distintas. Foram eles: Coelheiros Branco 2021, Tapada de Coelheiros 2017, Coelheiros 2019, Tapada de Coelheiros 2015 e Garrafeira Tapada de Coelheiros 2012.
Entre os brancos, uma diferença bem interessante entre o Coelheiros Branco 2021 (R$242,65) e o Tapada de Coelheiros 2017 (R$530,00). Vinhos excepcionais, mas com propostas distintas. O primeiro, feito com a versátil uva Arinto, mostrou-se extremamente leve, fresco, frutado e com acidez pronunciada; o segundo, elaborado com Arinto e Roupeiro, mas com estágio em barrica, apresentou frescor, mas também untuosidade e complexidade. Dois vinhos maravilhosos. Particularmente, amei o primeiro, mais meu estilo de branco.
O tinto de entrada foi o Coelheiros 2019 (R$242,65) feito de Alicante Bouschet (50%) e Touriga Nacional (50%). Vinho fácil de beber, com aromas de frutas vermelhas, tabacos e especiarias, boa acidez e taninos finos. Na sequência, foi servido o Tapada de Coelheiros tinto 2015 (R$530,00) – elaborado com Cabernet Sauvignon (70%) e Alicante Bouschet (30%), esse vinho estagia 18 meses em barricas francesas e 18 meses em garrafa. É potente, concentrado e elegante ao mesmo tempo. É considerado um dos maiores ícones do Alentejo há décadas.
Por último, degustei o Tapada de Coelheiros Garrafeira (R$1.102,00), feito com Aragonês (70%) e Cabernet Sauvignon (30%). Vinho muito diferenciado que estagiou 18 meses em barricas francesas e cinco anos e meio em garrafa (!!!!!!!). Muito elegante e marcante com frutas negras misturadas às notas da madeira de onde estagiou. Este vinho tem minúscula produção e já foi eleito o melhor vinho do Alentejo por Jancis Robinson. Entre os três tintos, confesso que esse último me ganhou com toda sua cor, classe, potência e elegância. Tempo de guarda: mais de 10 anos.