A perseguição ao cristianismo levou ao fim a produção de vinho no Japão. Documento de setembro de 1632 provavelmente mostra o pedido do último lote de vinho japonês no período Edo.
Assim como aborda a matéria da Revista Planeta, acredita-se que a vinificação doméstica japonesa, iniciada em 1627, tenha terminado com a transferência do clã Hosokawa para o domínio de Higo (atual prefeitura de Kumamoto). Os documentos foram estudados pelo Eisei Bunko Research Center.
Pesquisadores da Universidade Kumamoto (Japão) encontraram um documento do período Edo que indica claramente que o clã Hosokawa, governante do domínio (território) de Kokura (atual prefeitura de Fukuoka), parou completamente de produzir vinho em 1632, um ano antes de o xogunato ordenar que se mudassem para o domínio de Higo (atual prefeitura de Kumamoto). Os pesquisadores acreditam que a descontinuação da produção de vinho estava diretamente relacionada a essa mudança e por ser considerada uma bebida de uma religião que foi duramente reprimida no Japão naquela época, o cristianismo.
A análise anterior de documentos históricos revelou que o senhor do clã Hosokawa, ordenou a produção de vinho de 1627 a 1630 para uso medicinal!! Seus vassalos, que tinham experiência em vários costumes e tecnologias ocidentais, de alimentos a relógios, usavam soja preta e uvas silvestres em seu processo de fabricação. Esses documentos são as primeiras provas conhecidas da produção de vinho no Japão.
Até agora, nenhum registro histórico sobre a produção de vinho após 1631 havia sido encontrado. Anteriormente, os pesquisadores entendiam que havia um período de quatro anos de vinificação japonesa. A produção foi considerada interrompida porque era uma bebida estereotipada cristã e produzi-la poderia ter sido uma perspectiva perigosa devido à proibição estrita do cristianismo durante o período Edo.
A proibição cada vez maior do cristianismo, os surtos de revoltas cristãs e a supressão dessas revoltas trouxeram a história do vinho doméstico japonês no século 17 ao seu fim. Triste, porém curioso, né?