Hoje vou falar sobre uvas. Você sabia que podemos classificá-las em dois tipos: as internacionais e as regionais. Pois é, são consideradas uvas internacionais aquelas com alto poder de adaptação e que, embora originárias de um local específico, são reproduzidas em diversos outros países devido o interesse dos vinicultores. A Cabernet Sauvignon e a Chardonnay são ótimos exemplos. Em suma, as uvas internacionais são as mais clássicas e, portanto, as mais conhecidas.
Já as uvas regionais são aquelas nativas de determinado país ou se adaptaram tão bem a certas regiões vinícolas que se tornaram sua uva símbolo. Ex: a Carménère, no Chile, e a Torrontés, na Argentina.
Berço das uvas
Para quem não sabe, a França é o berço das uvas internacionais, já Portugal e Itália são ótimos exemplos de países que privilegiam as uvas regionais na produção de seus vinhos.
Independentemente de serem internacionais ou regionais, existem cerca de 60 espécies viníferas de maior relevância comercial. Cada uma dessas uvas apresenta características distintas, inclusive físicas, pois podem ter o formato das folhas completamente diferentes umas das outras. Além disso, cada uma dessas espécies possui suas próprias propriedades organolépticas, ou seja, possuem cor, sabor, odor e textura distintos. Um vinho à base de Sauvignon Blanc, normalmente tem toques herbáceos acentuados, principalmente se provenientes de regiões mais frias, enquanto um Gewüztraminer pode lembrar lichia.
Aromas descritivos
Outro detalhe importante e que confunde muita gente são os aromas descritivos. Muita gente acha que são adicionadas frutas para os vinhos ganharem diferentes cheiros, mas na verdade eles podem possuir aromas de frutas, especiarias, ervas sem sequer nunca ter tido contato com eles. O que acontece é que compartilham dos mesmos componentes químicos voláteis. A Cabernet Sauvignon quando não amadurecida adequadamente, por exemplo, tende a dar vinhos com muito composto 2-metoxi-3-isobutil pirazina, que é o mesmo componente aromático do pimentão verde. O que pode ocorrer também com a Sauvignon Blanc.
Logo, por meio de determinados aromas é possível identificar com facilidade determinado tipo de vinho, mesmo às cegas, simplesmente pelo fato de cada vinho possuir um conjunto de características aromáticas. Ressaltamos aqui que esses aromas se referem às substâncias naturais desenvolvidas na própria uva ou durante o processo de vinificação, portanto, não tendo (de modo geral) relação com fatores externos.