Vinho caro tem obrigação de ser bom, não é mesmo? Já os baratos, muitas vezes surpreendem justamente por superarem nossas expectativas. Pensando nisso, vou dedicar aqui no Blog Vinho Tinto uma categoria especialmente para esse tipo de vinho e vou chamá-la de “Bom e Barato”. Pra começar, vou falar de um vinho tinto português que conheci esses dias – o Santa Fé de Arraiolos 2011, um tinto delicioso, produzido pela renomada Quinta da Bacalhôa com uvas típicas da região do Alentejo: Aragonês (a mesma Tempranillo), Trincadeira e Alfrocheiro.
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Custo X Benefício ótimo – Conheci esse vinho no Sagres, um dos melhores restaurantes de comida portuguesa de Brasília, durante o “Restaurante Week” (aquele festival de gastronomia que oferece um menu especial com entrada, prato principal e sobremesa a preços super democráticos). A indicação veio do Maurício Cerqueira, que é o próprio dono do estabelecimento. De forma super coerente, uma vez que o menu almoço custava apenas R$42,90, ele me ofereceu esse vinho de excelente custoxbenefício para acompanhar o delicioso bacalhau com natas que pedi (e estava maravilhoso, diga-se de passagem!)
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Simples e equilibrado – Apesar de ser uns dos mais baratos da carta do Sagres, adorei o vinho e, por isso, recomendo (principalmente em tempos de crise…rsrsrs!). É o tipo de vinho perfeito para ser bebido em restaurante por ser fácil de harmonizar e, claro, por não pesar na conta (pelo menos no Sagres, onde é vendido a R$68). Por ser da quente região do Alentejo, apresenta frutas negras bem maduras, tipo compota; como é um corte, possui uma acidez ajustada e os taninos macios. A persistência é média. Simplificando, é um vinho simples, porém, equilibrado.
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Para o dia a dia – Sem dúvidas, é um vinho muito indicado para ser consumido no dia a dia em casa, inclusive, para seguir aquela dose diária recomendada pelos cardiologistas de uma taça de vinho tinto para as mulheres e duas para os homens. Em lojas especializadas e mercados pode ser encontrado na faixa dos R$35 e R$40. Em Portugal, esse vinho é vendido a 4 euros e já mereceu destaque na publicação “Vinhos de Portugal”, de João Paulo Martins, que há 20 anos pontua e classifica os melhores vinhos portugueses.
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