A convite da Embaixada do Chipre, o Blog Vinho Tinto foi conhecer o Commandaria, tradicional e histórico vinho cipriota. Trata-se de uma bebida doce de cor âmbar escuro, com notas de mel e frutas secas com cerca de 15% de álcool, produzido por uvas parcialmente desidratadas pelo sol.
Para quem desconhece, o Chipre é um país insular no leste do Mediterrâneo, ao largo das costas da Síria e Turquia. É a terceira maior e mais populosa ilhad do Mediterrâneio e um Estado-membro da União Europeia desde 2004. Ele está localizado ao sul da Turquia, a oeste da Síria e do Líbano, a noroeste de Israel, ao norte do Egito e a leste da Grécia.
História
Os primeiros registros dos vinhos do Chipre datam de 1178, quando o vinho era considerado um artigo de luxo utilizado para impressionar os nobres. No século seguinte, ele se tornou mais comum e famoso porque era um vinho mais forte e doce do que os demais encontrados na Europa Ocidental.
Ainda não se sabe quando os vinhos cipriotas alcançaram o mercado inglês, mas entre os séculos 13 e 14, esses vinhos, juntamente com outros vinhos doces começaram a valorizar e ser distribuídos a partir de de Veneza para toda a Europa
O nome Commandaria, preserva em sua nomeclatura um pedaço da história das cruzadas, com a chegada da Ordem dos Caveleiros de St. John (Ordem de Malta) no Chipre, que adquiriram terras e começaram a produzir vinhos.
Esse nome é derivado do termo commandery (ou comando), que significa a menor divisão administrativa das propriedades fundiárias europeias de uma ordem militar (nesse caso, se tratava de uma ordem militar religiosa). Era também o nome da casa onde moravam os cavaleiros do comando. Essas propriedades ficavam sob o autoridade de um comendador. Cada uma dessas propriedades possuía seus próprios vinhedos.
Algumas evidências sugerem que o Commandaria é o mais antigo nome de vinho ainda sendo feito atualmente, cujo método de produção foi citado em registros que datam de 800 AC.
Método de Produção
O Commandaria segue regras de produção restritas, oriundo de 14 vilarejos e elaborado com as castas mavro (tinta) e xynisteri (branca), que crescem em formato de arbusto e plantadas em baixa densidade. A versão mais sutil do Commandaria é feita apenas da casta branca xynisteri.
Suas regras de denominação começaram as ser estabelecidas em 1993. O vinho precisa ser vinificado dentro da região delimitada e removido para envelhecimento ou engarrafamento apenas após o fim da fermentação.
São utilizadas uvas desidratas pelo sol e o vinho pode ou não ser fortificado. Ele precisa envelhecer por pelo menos dois anos em contato com madeira, mas muitos permanecem por muito mais tempo.
Lista dos vinhos degustados
Todos os vinhos degustados tinham em comum um dulçor muito persistente e com boa acidez. As notas de caramelo, frutas secas e amêndoas eram bem presentes. Também foi possível sentir muito chocolate e café. São vinhos muito intensos de corpo alto e excelentes para harmonizar com sobremesas.
1-Saint Barnabas (www.kamanterena.com.cy)
2-Alasia (www.laikocosmos.com)
3- Saint Nicholas 2015 (www.etkowines.com)
4-Menargos 2011 (www.menargos.net)
5- Apollonia 1998 (www.lambouri.com)
Fonte: The Oxford Companion to Wine – Jancis Robinson