
Chegou a hora de falar da Colômbia aqui no blog. É esse o país que o Brasil enfrenta nas quartas-de-finais da Copa 2014 e, por isso, merece uma atenção especial. Diferentemente do Chile, o rival das oitavas-de-final (ver post anterior), que consome cerca de 20 litros per capita por ano de vinho, na Colômbia não existe muito esse hábito. Por lá o consumo da bebida não chega a um litro ao ano por pessoa, segundo dados do Wine Institute e quem manda mesmo é a cerveja e a “aguardiente” (licor de cana de açúcar). O whisky é outro que se destaca em terras colombianas, mas como bebida de “status social”. Um outro dado interessante é que como a produção de vinho finos é bem pequena na Colômbia, eles acabam consumindo muito vinho do Chile e da Argentina, seus vizinhos e principais fornecedores do produto.

Produção de vinho local – A Colômbia não tem estações climáticas bem definidas e tem uma umidade alta na maior parte do seu território, o que dificulta a produção de uvas de qualidade. No entanto, a altitude tem sido uma grande aliada para driblar esses problemas. E é nisso que tem apostado um dos mais importantes vinhedos da região: o Aim Karim, localizado em Villa de Leyva, a 180km de Bogotá. Ali, a 2100 metros de altura se encontram cepas de Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Sauvigon Blanc trazidas da França na década de 90 e que produzem cerca de 5mil litros de vinho a cada colheita. Os vinhos produzidos ali são conhecidos como vinhos finos dos trópicos.

Hoje a Aim Karim produz cinco vinhos (três tintos, um branco e um rosé), alguns inclusive premiados na Europa, mas muito pouco do que produz é exportado. Sendo assim, mais uma vez (veja o post de Camarões), não consegui encontrar em Brasília um vinho colombiano em apenas uma semana, mesmo tendo procurado em diversos restaurantes e bares da Capital e, até mesmo, na Embaixada da Colômbia…uma pena!
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Avaliação – Mas para não decepcionar meus leitores, encontrei uma avaliação bem interessante acerca de um dos vinhos da Aim Karim em um blog que confio muito, coordenado pelo meu amigo e professor José Carlos Santanita: o Oinos sem Mistério. O texto fala do vinho Marqués de Villa de Leyva Cabernet Sauvignon Gran Reserva e a análise é feita pelo sommelier e professor de vinhos da Wine Senses, Wagner Gabardo. Segundo ele, uma vez que o vinho não é exportado, os viajantes que forem a Colômbia não devem perder a oportunidade de apreciá-lo, “pois se trata de um Cabernet gostoso, com boa acidez e taninos bem resolvidos; um pouco de madeira e bem fácil de tomar”. Para ele, o vinho ainda possui um bom custoxbenefício pois sai cerca de 40 reais.
Fiquei tão interessada em conhecer esse “bom vinho fino dos trópicos” que já deixei o nome anotado na minha lista de desejos, principalmente depois de saber no site da Aim Karim que esse Cabernet é proveniente de vinhedos com baixo rendimento e que maturou por 12 meses em carvalho americano.

Visita à vinicola – Se você é tão curioso como eu, quando tiver a oportunidade de ir a Colômbia, especificamente, em Bogotá, não deixe de fazer uma visita à Aim Karim, que está a menos de duas horas da capital. Parece ser um passeio muito interessante. A vinícola está aberta para visitas todos os dias das 10h às 17h. No local são organizados passeios e e degustações. Para mais informações: clique aqui.