As uvas PIWI estão ganhando cada vez mais atenção no mundo do vinho, especialmente por sua resistência natural a doenças fúngicas, o que representa uma revolução para a viticultura sustentável. O termo PIWI vem do alemão Pilzwiderstandsfähig, que significa “resistente a fungos”, e essas uvas são híbridas, resultado do cruzamento entre variedades tradicionais de Vitis vinifera e espécies americanas ou asiáticas com forte resistência a doenças como o míldio e o oídio.
Essas uvas não são transgênicas, mas sim fruto de cruzamentos seletivos entre espécies que mantêm a resistência natural e, após algumas gerações, com retrocruzamentos com variedades de Vitis vinifera para garantir que o perfil sensorial continue refinado e de qualidade. Em termos de composição genética, as uvas PIWI geralmente contêm uma alta porcentagem de Vitis vinifera (muitas chegam a 90%) em seu DNA, o que assegura o equilíbrio entre resistência e as características enológicas desejadas.
No Brasil, o cultivo das uvas PIWI já é aprovado e está se expandindo, especialmente devido ao seu desempenho positivo em condições climáticas desafiadoras. Viticultores brasileiros têm adotado essas variedades como uma forma de reduzir o uso de defensivos agrícolas, contribuindo para uma viticultura mais sustentável e com menos impacto ambiental. O cultivo das PIWI está alinhado com práticas agrícolas mais ecológicas, uma vez que elas exigem menos fungicidas e outros tratamentos químicos. Isso não só diminui o impacto ambiental, mas também resulta em vinhos mais naturais e saudáveis.
Além da sustentabilidade, as PIWI têm se destacado pela qualidade dos vinhos que produzem. Embora mais conhecidas na Alemanha e na Áustria, as uvas PIWI têm mostrado grande potencial em outras regiões vinícolas, incluindo a produção de vinhos espumantes. Champagne foi a primeira denominação de origem francesa importante a permitir o uso de uma uva híbrida em seus vinhos, sendo a Voltis a primeira uva PIWI aprovada.
Com seu crescente reconhecimento e aceitação internacional, as uvas PIWI estão conquistando seu espaço não apenas nas vinícolas europeias, mas também no Brasil e em outras partes do mundo, prometendo um futuro mais sustentável e de alta qualidade para a produção de vinhos.
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