Degustação Vertical Lote 43 em Brasília. Veja como foi

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Vertical do Lote 43 – safras 2012, 2011, 2008, 2005 e 2004

Fui convidada pela Miolo para participar do Wine Dinner de lançamento do Lote 43 safra 2012 em BrasíliaO jantar aconteceu no dia 31 de maio, no Bloco C Restaurante e contou com a presença do enólogo Adriano Miolo. O menu foi desenvolvido pelo Chef Marcelo Petraca exclusivamente para a ocasião. A ideia foi harmonizar tudo com uma vertical do Miolo Lote 43 (safras 2004, 2005, 2008, 2011 e a nova 2012), para possibilitar aos convidados apreciarem a evolução do vinho ao longo dos anos. Confira o cardápio e a harmonização proposta:

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Cardápio do Jantar Harmonizado da Vertical do Lote 43 em Brasília (lançamento safra 2012)

Lote 43

O Lote 43 é considerado um dos ícones brasileiros quando o assunto é vinho. Ele é elaborado somente quando há colheitas excepcionais, por meio de um corte de vinho 60% Merlot com vinho 40% Cabernet Sauvignon. Desde 1999, quando foi criado, é explorado o conceito francês de “Cru” de um vinhedo especial de onde surge um vinho ícone e singular. O nome “Lote 43” está relacionando a um lote de 24 hectares, que trazia em sua escritura o número de sua parcela denominada Lote 43 na Serra Gaúcha e que foi adquirido por Giuseppe Miolo, quando chegou ao Brasil em 1897. Esse local serviu de sustento para família Miolo por várias gerações. Mais de 100 anos após a chegada de Giuseppe, o Lote 43 continua sendo o vinhedo que mantém a tradição da família.

Degustação vertical do Lote 43

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Eu, ladeada pelo Chef Marcelo Petrarca do Bloco C e pelo enólogo Adriano Miolo ( dir.) durante Vertical do Lote 43

Para quem não sabe, a degustação vertical é realizada com vinhos do mesmo rótulo, mas de diferentes safras. Sem dúvidas, é uma excelente oportunidade poder participar de um momento desses, principalmente quando o vinho a ser apreciado é tão representativo para o Brasil. Numa vertical, os vinhos podem ser degustados da safra mais antiga para a mais nova ou vice-versa. No caso do Wine Dinner em questão a degustação começou pelo vinho de safra mais recente até chegar na mais antiga – interessante para percebermos a evolução dos taninos. Foram degustados os vinhos das seguintes safras: 2012, 2011, 2008, 2005 e 2004.

Vamos às conclusões:

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Lote 43 safra 2012: apesar de ser bem jovem, o vinho se mostrou elegante e pronto para ser apreciado

2012:  Vinho que encanta já no aroma. Muitas frutas vermelhas, notas amadeiradas e o aroma de eucalipto típico dos nacionais. Na boca, ele é redondo, macio e persistente e, apesar de ser bem jovem, o vinho se mostrou elegante e pronto para ser apreciado. Os taninos mostraram-se presentes, mas sem agredirem, ao contrário, complementaram o todo. Foi uma grata surpresa. Sem dúvidas, um excelente exemplar que só tende a melhorar com os anos. Teor alcoólico: 14%

2011: Vinho ainda muito fechado, embora com estrutura e persistência em boca. Frutas negras e toques de café e baunilha, provenientes da barrica e notei também um leve amargor no retrogosto. Para mim, entre todas as safras do Lote 43 essa é a que mais deixou a desejar no quesito equilíbrio. Teor alcoólico: 14%

2008: Vinho com taninos macios e boa acidez. Aromas de frutas negras e vermelhas, toques de madeira e eucalipto. Bem equilibrado, mas não tão surpreendente como o 2012, embora esteja num bom momento para ser apreciado. Teor alcoólico: 14%

2005: Para mim, sem dúvida alguma, o melhor de todos os Lote 43 produzidos até o momento. O vinho é simplesmente sen-sa-ci-o-nal em todos os aspectos!!! É intenso, é persistente, é equilibrado, é elegante. Possui frutas vermelhas, negras, toques de eucalipto, notas de chá e caramelo. Excelente!  Teor alcoólico: 14%.

2004: Também um vinho muito bom, mas perdeu para o 2005 no quesito elegância e intensidade. Quando comparado ao 2012 perdeu porque o jovem 2012 foi realmente uma grande surpresa!!!!

Resumindo: 2005, 2012, 2004, 2008 e 2011 -Esses foram, nessa sequência, os meus preferidos.

 

 

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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