Vinhos com personalidade, alta qualidade e produzidos em escala humana, isto é, em pequena quantidade e sem uso de muita tecnologia. Essencialmente, são essas as principais características dos vinhos produzidos pelo Movi – o Movimento de Vinhateiros Independentes do Chile.
Vinhos de Autor – Formado por produtores de vinhos chilenos que se uniram para “aportar diversidade a um mundo onde a homogeneidade caminha a passos largos”, o Movi é um movimento cuja filosofia é produzir vinhos de autor, ou seja, de caráter único e que expressem as características da região onde são produzidos.
Winebar sobre o Movi – Recentemente, participei de mais um Winebar (degustação de vinhos com debates simultâneos on-line), desta vez sobre o tema “Movi”. Nessa última edição do ano, o Winebar apresentou muitos detalhes interessantes sobre esse movimento chileno inovador criado em 2009. Daniel Perches entrevistou diretamente do Chile alguns dos produtores que fazem parte da iniciativa: a Angela Mochi e o Sven Bruchfeld, das vinícolas Attilio&Mochi e Polkura respectivamente.
Vinhos – É importante frisar que nem todo vinho de autor produzido no Chile integra o Movimento. O Movi que começou com 12 vinícolas, hoje conta com a adesão de 24. No entanto, para saber se um vinho é ou não do Movi os integrantes resolveram criar uma logomarca própria (uma barrica alada que representa bem o espírito da Associação) que passou a ser impressa no contra-rótulo dos vinhos produzidos pelas vinícolas associadas.
Degustação – Bem, mas vamos aos vinhos degustados. Recebi diretamente das importadoras para participar do Winebar. Experimentei quatro vinhos produzidos por produtores do Movi e, de modo geral, considerei que todos são bem elaborados, vivos, complexos e persistentes. Vinhos onde a madeira, quando aparece, é apenas mera coadjuvante. Vinhos onde os sabores tendem mais para a elegância do que para a potência.
Aluvión Lagar de Bezana 2010 – Um excelente corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Carménère. Excelente vinho do Alto Cachapoal. Apenas 8.900 garrafas produzidas. Um vinho concentrado, bem equilibrado e com ótima persistência. As uvas estão bem amadurecidas e o famoso gosto de pimentão verde encontrado em muitos vinhos chilenos feitos à base de Carménère e da Cabernet aparece muito sutilmente, provando que a paciência superou a pressa. O preço desse vinho é de aproximadamente R$79 e é trazido para o Brasil pela importadora Magnum.
Catrala Sauvignon Blanc 2011 – Produzido no Vale do Casablanca esse vinho tem uma acidez extremamente pronunciada. No nariz lembra mousse de maracujá. Na boca apresenta-se mais seco e com notas herbáceas. Muito fresco e persistente. Para quem aprecia a Sauvignon Blanc, sem dúvida, é um excelente rótulo. Trazido para o Brasil pela La Charbonnade. Preço: R$87.
Trabun Syrah 2010 – Bastante macio, sedoso e com intensas notas de pimenta e frutas negras maduras. O final de boca, apesar de bem persistente, achei um tanto alcoólico, o que emprestou uma percepção mais adocicada ao vinho. Produzido no Vale Cachapoal, esse vinho ganhou 94 pontos de Robert Parker. No Brasil é importado pela La Charbonnade. Preço: R$195 (valor aproximado).
Starry Night Syrah 2011 – Para mim um vinhaço e o melhor dentre os melhores. Esse Syrah do Maipo mostrou-se intenso, persistente, com acidez pronunciadíssima. As notas de especiarias apareceram de uma forma sutil, contrabalanceando os aromas e sabores de frutas vermelhas e negras. Toques de baunilha também foram perceptíveis, mas extremamente agradáveis, devido a passagem por barricas de carvalho. Vinho importado pela La Charbonnade. Preço R$195 (valor aproximado).