“Sauvignon Blanc pelo mundo” foi o tema da segunda reunião da Confraria Franciscana deste ano. O encontro aconteceu no Restaurante Bierfass, do Lago Sul (em Brasília) no dia 05 de março. A bela visão do Lago Paranoá aliada ao clima quente da tarde e ao maravilhoso ceviche servido no local foram perfeitos para a degustação de vinhos brancos ficar ainda melhor. A anfitriã da reunião foi a nova confreira Ivone Carvalho, que recebeu todo mundo com muita cordialidade e atenção.
Degustação às Cegas
Ao todo degustamos oficialmente nove vinhos. Foram seis Sauvignon Blancs do Novo Mundo e três, do Velho Mundo, todos às cegas. Confesso que não foi fácil descobrir a origem de alguns e que tivemos surpresas interessantes. Mas, como em toda degustação sem ver os rótulos, foi um momento de aprendizagem e oportunidade para aguçar os sentidos.
Detalhes dos Vinhos Degustados
Sauvignon Blanc da África do Sul 2012 (House of Mandela) – Vinho de clima mais quente (uvas de Western Cape), porém fresco e delicado, com acidez média e toques levemente herbáceos e cítricos. Produzido pela vinícola de propriedade da filha e da neta de Nelson Mandela. Bom custo x benefício. Preço médio R$70,00.
Sauvignon Blanc do Chile Gran Reserva 2014 (Santa Emma) – Proveniente do Valle do Leyda, a apenas 14km do Oceano Pacífico, este vinho é intenso no nariz com muitas notas herbáceas, tomate e pimentão, grama cortada, porém na boca, tem acidez média e um dulçor típico de vinhos da América do Sul. Preço médio R$69,00. Não foi difícil ser reconhecido no teste cego.
Sauvignon Blanc do Brasil 2015 (Quinta da Neve) – Este veio da fria São Joaquim (Santa Catarina). Possui coloração bem clarinha (palha) e brilhante. No nariz, apresentou muitas notas de maracujá, herbáceo e toques suaves florais. Bem leve e fresco, mas com boa persistência. Uma leve nota de defumado também me chamou a atenção nesse vinho. Vinho bem interessante e de bom preço. R$55.
Pouilly Fumé Pascal Jolivet 2010 – Proveniente do Vale do Loire (França) esse é do tipo realmente im-pres-sio-nan-te. Às cegas, foi considerado “Velho Mundo” por todos. Segue a linha não intervencionista de seu produtor de fazer o vinho da forma mais natural possível. É de uma elegância ímpar e tem um peso interessante na boca – creio que decorrente do contato com as borras após a fermentação. A mineralidade é sutil, mas o suficiente para ocultar o herbáceo típico da Sauvignon Blanc, que aparece apenas em forma de um maracujá mais amadurecido. Preço médio R$200.
Sauvignon Blanc da Nova Zelândia (Stoneburn) 2014 – De Marlborough, esse vinho pode ser considerado um típico Sauvignon Blanc neozelandês, daquele que possui tanta acidez, que podemos classificá-la como crocante ou “crisp”, como dizem os americanos. Notas de aspargos, toques herbáceos e algo de cítrico. Sem dúvidas, um excelente exemplar a um bom preço. R$130.
Pouilly Fumé La Doucette 2010 – Um dos grandes vinhos do Vale do Loire (França). Na verdade, ele se destaca pela rica mistura entre o mineral, o herbáceo e o cítrico tanto no nariz como em boca. A acidez é média e já o peso em boca e a persistência são consideráveis. R$420.
Fumé Blanc Grgich Hills 2013 (Napa Valley) – Vinho californiano muito elegante. O toque amadeirado pela passagem em barrica é sutil, mas a mineralidade evidente e a alta persistência aliadas ao herbáceo e ao cítrico da uva conferiram a esse vinho características bem semelhantes aos Sauvignons Blancs do Vale do Loire. O que confundiu muita gente durante a degustação às cegas. (US$30,00, esse vinho não é comercializado no Brasil)
Sauvignon Blanc da Nova Zelândia (Saint Clair) – Esse neozelandês é bem clarinho, mas apresenta boa intensidade aromática – Muitas notas de maracujá, ervas e toranja. Na boca possui acidez marcante e é altamente refrescante. Também mostrou ótima persistência. R$85,00
Sancerre Guy Saget (R$230) – Infelizmente, esse vinho foi aberto, servido, mas não foi analisado porque estava oxidado. Uma pena, pois perdemos a oportunidade de verificar se o Sancerre é mesmo mais frutado que o mineral Pouilly Fumé.
Abertura e encerramento
Abrimos os trabalhos degustando um champanhe orgânico (de quantidade bastante limitada) extremamente elegante, leve e fresco produzido (feito com 90% Pinot Noir e 10% Chardonnay) por Henri Dosnon e vendido por R$329 no site do Sonoma e fechamos com um intenso, e mineral Chablis La Roche. Próximo mês trarei mais detalhes sobre as degustações da Confraria Franciscana. Aguardem!
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