No dia 23 de setembro, a Art du vin e a Bodega Garzón – renomada vinícola do Uruguai – realizaram um almoço harmonizado com a finalidade de apresentar aos jornalistas e blogueiros da capital alguns dos melhores vinhos produzidos pela vinícola uruguaia. O evento aconteceu no restaurante Bloco C, em Brasília, com pratos assinados pelo Chef Marcelo Petrarca. Moacir Mustefaga, nosso colaborador e grande amante dos vinhos do Novo Mundo, acompanhado do fotógrafo Cláudio Cabrito, representou o Blog Vinho Tinto na ocasião e fez uma avaliação detalhada dos vinhos apresentados. Confira abaixo:
O almoço começou com steak tartar e batata palha caseira, brotos de agrião e torradas acompanhando o varietal Tannat 2013 da Garzón. O vinho surpreendeu por ser bastante frutado e macio. Diria que é bastante versátil, combina com variadas ocasiões e harmonizações, um verdadeiro curinga vendido a R$75 na Art du Vin (QI3 Lago Sul).
Em seguida, o vinho provado foi o Albariño 2014, servido para acompanhar o prato principal do almoço – pargo em crosta de manjericão com purê de figo. Vinho branco com aromas florais e algo de pêssego, além de algo cítrico, proveniente da região de Maldonado. Inclusive, por essa característica, esperava mais mineralidade. Mas, sem dúvidas, é um bom vinho. Talvez pelo fato de ser produzido com a mesma Albariño do norte de Portugal, onde se elaboram vinhos bastante refrescantes, foi impossível não comparar, e, neste caso, a superioridade dos lusitanos foi evidente. De toda forma, como já disse, anteriormente, é um bom vinho, o Albariño produzido pela Garzón em Maldonado é um vinho bastante válido também pela boa relação preço x qualidade, pois uma garrafa sai a R$75,00. No início do evento, também serviram o Albariño 2014 como uma espécie de “Welcome Drink” aos participantes.
Após o almoço, foi degustado o melhor vinho da vinícola – o Tannat Reserva 2012, elaborado com as melhores parcelas do vinhedo, bem mais complexo que o Tannat anterior, com aromas de frutas negras e algo tostado. Vinho que pede para ser harmonizado com carnes assadas com alguma gordura, a ser neutralizada pelos taninos, que apesar de macios e agradáveis, são sempre presentes em um bom Tannat, enfim, um belo vinho varietal Varietal de R$149,00. Esse vinho foi servido sem acompanhamentos para que fosse melhor avaliado.
Para finalizar o almoço foi servido a sobremesa Doce de Ovos – fios de ovos recheados com baba de moça – uma das especialidades do Bloco C.
Estavam presentes no evento o representante da Art du Vin, Marcos Rachelle, e alguns integrantes da equipe Garzón, como o enólogo German Buzzone, o engenheiro agrônomo Eduardo Félix, e o Francisco Orlando, diretor de Exportação da Vinícola.
Tannat – O Uruguai, no universo dos vinhos, é conhecido pelos Tannat, uva de origem francesa que se adaptou muito bem ao terroir deste pequeno país platino. Outras cepas são cultivadas, mas sempre em menor escala.
Bodega Garzón – Algumas vinícolas do país são bastante antigas e tradicionais, outras buscam seu espaço na modernidade da tecnologia e da proposta para talhar seus vinhos. Neste conceito, fiquei feliz em ter tido a oportunidade de conhecer alguns dos vinhos da Bodega Garzón, que inova até em sua localização, na província de Maldonado, a escassos quilômetros da cidade de Punta Del Este, o mais famoso balneário do país, destino bastante requintado. Sua localização, a tão somente 18 quilômetros do Oceano Atlântico, traz características aos vinhos diferenciadas em relação a outras regiões produtoras do Uruguai, quer seja pela brisa vinda do mar, quer seja pela mineralidade do solo. O resultado disto são vinhos expressando estas características.
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